Condenado a quase 270 anos de cadeia por estupro e assassinato de sete mulheres, Francisco de Assis Pereira, conhecido como Maníaco do Parque, é um dos personagens mais temidos da crômica policial brasileira. Preso há 26 anos, deve ser colocado em liberdade em 2028. Ele estaria apto a conviver em sociedade?
Apesar de ter recebido o diagnóstico de psicopata, o criminoso, durante todo o período de detenção, cumpre pena como um presidiário comum. Justamente por este motivo, a legislação brasileira não permite que o regime fechado ultrapasse 30 anos.
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O fato significa que ele não recebeu nenhum tipo de tratamento psiquiátrico ao longo das quase três décadas atrás das grades. A falta de cuidados específicos para a doença pode ter agravado ainda mais seu quadro clínico.
“Ele está fechado esse tempo todo sem tratamento, com possibilidade de que seu quadro tenha piorado. Há um risco enorme de ele voltar a cometer novos delitos”, declarou o psiquiatra Thiago Fernando da Silva, do Núcleo de Psiquiatria Forense e Psicologia Jurídica do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP, em entrevista ao Metrópoles.
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O especialista disse, ainda, que Francisco apresenta sintomas clássicos de pessoas consideradas clinicamente como psicopatas, como “charme superficial, superestima, mentira patológica, manipulação e insensibilidade afetiva muito grande”.
“Se isso tivesse sido considerado na ocasião do julgamento, poderia ser oferecido um tratamento para ele, para diminuir os sintomas de impulsividade”, acrescentou.
Sem arrependimento
A psiquiatra Hilda Morana, recentemente, revelou que entrevistou o serial killer seis vezes, entre 2004 e 2005, na Penitenciária de Itaí, interior de São Paulo, para sua tese de doutorado.
Em uma das conversas, o Maníaco do Parque afirmou não se arrepender dos crimes que cometeu.
“Se eu disser ‘estou arrependido do que fiz’, seria mentira, não estou arrependido. Depois [dos crimes], eu voltava para casa como se nada daquilo tivesse acontecido, mas, quando ocorria, eu chorava muito. Eu senti arrependimento, mas, ao mesmo tempo, era um arrependimento falso, pois, se fosse verdadeiro, eu não teria repetido duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito vezes”, declarou.
Francisco admitiu a autoria de 11 assassinatos e foi condenado por sete deles.
A Prime Vídeo lança, nesta sexta-feira (1º), uma série documental sobre a análise do processo do Maníaco do Parque, que conta com mais de 40 mil páginas.
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