PERIGO

Maníaco do Parque: Psiquiatra revela situação dramática que viveu com serial killer

Hilda Morana o entrevistou em 2005; a condição era que a porta ficasse aberta, mas em certo momento ele pediu para fechar; saiba o que ocorreu depois

Francisco e Hilda.Créditos: Reprodução
Escrito en BRASIL el

Francisco de Assis Pereira, o temido Maníaco do Parque, conseguiu ser uma ameaça real mesmo dentro da prisão, depois de ter sido condenado a nada menos do que 285 anos de reclusão por vários estupros e assassinatos.

A psiquiatra Hilda Morana, recentemente, fez uma revelação chocante sobre uma experiência que viveu ao lado do serial killer. Em entrevista ao podcast Surtadamente, ela contou que, em 2005, foi enganada por Francisco dentro da Penitenciária de Itaí, onde ele cumpria pena.

Na época, Hilda preparava sua tese de doutorado pela Universidade de São Paulo (USP), cujo tema era o perfil psicológico de psicopatas e suas possibilidades de recuperação. A psiquiatra entrevistou mais de 50 presidiários com essa característica, incluindo Francisco.

A direção do presídio disponibilizou uma sala para os encontros, mas impôs uma condição: a porta deveria permanecer aberta o tempo todo, para que um policial penal vigiasse de longe, devido ao histórico de violência do preso.

Porém, em um determinado momento, o serial killer reclamou que havia muito barulho no ambiente e pediu à psiquiatra que fechasse a porta. Mesmo alertada pelo agente penal sobre os riscos de ficar a sós com ele, Hilda decidiu atender à solicitação.

Neste exato momento, assim que a porta foi fechada, Francisco avançou sobre a psiquiatra, pressionou seu pescoço com as duas mãos e ameaçou: “E se eu mato a senhora agora?”.

Hilda manteve a calma e conseguiu afastar as mãos do criminoso. “Ele não queria me matar. Era uma tentativa de chamar atenção”. Depois da experiência nada agradável, a profissional ainda voltou à penitenciária para entrevistar o Maníaco do Parque mais cinco vezes.

“Apresenta um transtorno persistente de personalidade, com elevadíssima periculosidade. Este indivíduo é mais perigoso que a média e deve ser contido, pois, devido à falta de controle interno, é necessário um controle externo rigoroso. Do ponto de vista médico-legal, é considerado semi-imputável e, geralmente, não responde ao tratamento. Não sendo um caso passível de tratamento curativo específico, conforme estabelece o Artigo 98 do Código Penal, não se recomenda a aplicação de medida de segurança. No entanto, é certo que, mesmo após 30 anos de cárcere, o indivíduo continuará a representar uma ameaça”, escreveu Hilda, em sua tese de doutorado, sobre o Maníaco do Parque.

Francisco, que até virou tema de filme, deve ser solto em 2028, depois de cumprir o limite máximo de 30 anos da pena, dos 285 anos aos quais foi condenado. No entanto, na avaliação de Edilson Mougenot Bonfim, promotor responsável pela acusação no Tribunal do Júri, a liberdade de Francisco representa um perigo para as mulheres. “Voltará a matar”, afirmou, em entrevista recente ao Globo.

O que diz a mãe de Francisco

A própria mãe de Francisco, Maria Helena de Souza Pereira, de 77 anos, afirmou em agosto, também em entrevista ao Globo, ter dúvidas de que ele esteja pronto para deixar a prisão.

“Ele vai completar 30 anos na cadeia. Faz 10 que não o visito. Nem sei se está pronto para sair. Acho que não. O ideal seria que ele fosse morar em Portugal, onde há uma mulher interessada nele”, afirmou ela.

Maria Helena não visitou mais o filho, que está na Penitenciária Orlando Brando Filinto, em Iaras (SP), desde 2009, por questões financeiras. Por causa disso, ela perdeu a carteirinha de visitante. No entanto, avisa que não esqueceu o filho.

“Se ele ler esta entrevista, quero dizer o seguinte: Querido Tim, eu não te abandonei. A mamãe continua te amando. Um grande beijo no coração”, avisou ela.

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