As investigações do Caso Marielle Franco deram um passo histórico, nesta quinta-feira (31), com a condenação dos executores da vereadora assassinada em março de 2018. Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, réus confessos, foram condenados após seis anos do crime brutal que chocou o país e repercutiu mundialmente.
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Lessa foi condenado a 78 anos e 9 meses, e Queiroz a 59 anos e 8 meses após mais de 20 horas de julgamento. Os familiares da vereadora comentaram sobre a sensação de alívio em ver a justiça, finalmente, sendo feita. No entanto, ainda há perguntas a serem respondidas sobre o caso, principalmente sobre quem são os mandantes e quando eles serão condenados.
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Essas perguntas devem ser respondidas nos próximos passos da investigação, que avança sob comando do Supremo Tribunal Federal (STF) e tem como relator o ministro Alexandre de Moraes. Na Corte, irão responder pelo crime cinco réus, que estão presos. São eles:
- Os irmãos Chiquinho Brazão, deputado federal, e Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), apontados como mandantes do crime;
- O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, acusado de ser o mentor do crime e posteriormente atrapalhar as investigações;
- O ex-policial militar Robson Calixto, conhecido como Peixe, que teria sumido com a arma usada no crime; Peixe também é ex-assessor de Domingos Brazão;
- O major Ronald Paulo Alves Pereira, acusado de monitorar a rotina de Marielle antes do crime.
Como foi
O STF começou a ouvir os cinco presos no dia 27 de outubro e as audiências terminaram nesta terça-feira (29), com todas as partes tendo sido ouvidas. O caso é julgado pela Suprema Corte pelo fato de Chiquinho Brazão possuir foro privilegiado por ser deputado federal.
Agora, o Supremo segue para a próxima fase, que é ouvir as alegações da defesa e da acusação. Ainda não há data para o julgamento dos supostos mandantes, mas a expectativa é que ocorra ainda no final deste ano ou no começo de 2025.
Os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão foram apontados como mandantes por Lessa em delação premiada e estão presos desde março deste ano após operação da Polícia Federal. No julgamento desta semana, Lessa sustentou o que disse na delação, o que permite que a investigação sobre os mandantes avance.
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