O pastor Antônio Lima dos Santos Neto, 45 anos, engenheiro, casado e pai de três filhos, teve a prisão em flagrante convertida para preventiva, neste final de semana. Ele confessou ter matado Luane Costa da Silva, uma mulher trans de 27 anos, em um motel de Santos, litoral de São Paulo.
Conhecido pelos fieis por ter reputação conservadora, o crime do pastor chocou a comunidade religiosa em que atua. Ele contratou os serviços de Luane, uma profissional do sexo, na última terça-feira (22), por R$ 100,00. Após chegarem ao motel, o pastor descobriu que se tratava de uma mulher trans.
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Alegando se sentir humilhada, a mulher teria exigido um novo pagamento, que foi feito via PIX. Ainda de acordo com o suspeito, ele realizou a transferência para evitar uma confusão que pudesse chamar a atenção da polícia e comprometer seu casamento.
No depoimento, afirmou que a situação no motel teria gerado um desentendimento entre ele e Luane, levando a uma luta corporal após a mulher trans pegar uma arma de choque. Segundo o pastor, ele teria caído sobre Luane durante a briga e percebido que ela estava desacordada. Após o incidente, pegou a chave do quarto e deixou o local, jogando a arma de choque em um canal próximo.
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O detalhe
Um detalhe, no entanto, foi determinante para a prisão do pastor. O suspeito retornou ao motel mais tarde para buscar seu celular, que havia deixado no quarto. Funcionários acionaram a polícia, que o deteve.
A irmã de Luane, Myllena Rios, afirma que o pastor sabia que o local era frequentado por mulheres trans e questiona a versão dada por ele. Para Myllena, o homem foi ao motel com a intenção de cometer o crime, alegando que o pastor não queria pagar pelo serviço.
Luane, natural da Bahia, havia chegado a Santos acompanhada do marido em busca de um apartamento para estabelecer residência. A vítima se encontrava em uma fase de transição, planejando iniciar uma nova vida na cidade litorânea junto com a irmã.
Segundo a Polícia Civil, a causa da morte será esclarecida por um laudo do Instituto Médico Legal (IML), e o caso levanta mais um alerta sobre a violência contra pessoas trans no Brasil, que ocupa o topo do ranking mundial de homicídios contra pessoas trans, segundo dados de organizações de direitos humanos.