O último dia de campanha na disputa à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) terá uma intensa agenda - que inclui a sabatina com Pablo Marçal (PRTB) - antes de se dirigir aos estúdios da Globo na capital paulista onde, às 22h, participa do último debate contra Ricardo Nunes (MDB).
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Já o candidato de Bolsonaro estará de olho no tempo e já sinalizou que "uma situação crítica" provocada pelas chuvas que caem na cidade pode ser o álibi para que fuja também do tradicional debate na emissora da família Marinho.
"Somente uma situação muito crítica na cidade que requeira minha ação pode me impedir de ir ao debate", afirmou nesta quinta-feira (24), aventando a possibilidade.
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No entanto, assessores e aliados próximos já montam uma estratégia para que Nunes não seja "nocauteado" por Boulos na principal emissora de TV às vésperas do segundo turno.
“Ele vai para se defender e empatar. Pode até dar um probleminha ou perder por pontos. Só não pode ser nocauteado”, disse um aliado, de forma anônima, à coluna de Malu Gaspar no jornal O Globo.
A estratégia é fazer com que o debate fique "chato" logo no primeiro bloco, quando Nunes deve focar em propostas. Provocando sono, acredita a campanha emedebista, os telespectadores devem ir para cama ou desistir de assistir logo de cara.
Caso isso ocorra, Nunes se blindaria de uma grande exposição em uma já prevista participação vacilante no embate.
Trackings
A campanha do bolsonarista acendeu a luz amarela nos últimos dias da propaganda eleitoral.
A estratégia de Boulos de ir para as ruas virar votos 24 horas por dia - o psolista saiu de casa na manhã de segunda-feira (21) e só retornou na noite desta quinta -, causou certo pânico em Nunes, que viu a diferença diminuir entre os dois.
A redução da diferença entre os dois apareceu em todas as pesquisas. No Datafolha, a distância caiu 3 pontos.
A preocupação é ainda maior pois as trackings - pesquisas internas feitas diariamente pela campanha - tanto de Nunes quanto de Boulos mostram uma diferença ainda menor do que a retratada pelos institutos de pesquisa.
Além disso, a campanha de Nunes avalia que o clima de já ganhou do início da semana, quando o emedebista participou de uma churrascada com Jair Bolsonaro (PL), Michel Temer (MDB) e Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), pode influenciar na abstenção de seu eleitorado, que pode deixar de ir às urnas acreditando que a eleição já está definida.
Aliados do prefeito lembram que a diferença no primeiro turno foi pequena e que Boulos só não terminou na dianteiro porque mais de 48 mil eleitores - número maior que a diferença entre os dois - votaram 13, número do PT, e não 50, do PSOL.