O que era uma fuga para evitar outro massacre diante das câmeras, como houve no debate na Band, virou desespero. Ricardo Nunes (MDB) bem que tentou arrumar uma desculpa para não comparecer ao debate marcado há uma semana pelo Uol/Rede TV para esta quinta-feira (17) às 10h, mas o que se vê é o desespero do candidato bolsonarista.
Nunes foi às redes sociais às 9h53 para divulgar uma "reunião extraordinária" marcada para as 10h com o presidente da Enel, Guilherme Lencastre, com o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o bolsonarista Sandoval Feitosa, e o governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos).
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"Esta é uma reunião de extrema importância para a cidade de São Paulo. Por isso, não poderei participar do debate. Peço a compreensão de todos, a minha prioridade é com a população de São Paulo", escreveu Nunes antes de, teoricamente, entrar na reunião e o debate ter início.
No entanto, cerca de meia hora depois, o prefeito paulista não estava nem no debate, nem na reunião.
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Às 10h30, Nunes publicou um vídeo no Instagram dizendo que tinha acabado de chegar no Palácio dos Bandeirantes.
"Cheguei aqui no Palácio dos Bandeirantes. Uma reunião super importante vai ser às 10h da manhã", disse Nunes por volta das 10h30 em frente a uma sala onde se viam pessoas com colete da defesa civil.
A publicação foi ironizada pelos seguidores do prefeito que o chamaram de "medroso" e "fujão".
"Achou de trabalhar na última semana kkkk meteu um atestado no debate", ironizou um deles.
Fim "fake" do apagão
Minutos antes da reunião com Nunes - e o debate no Uol -, em entrevista coletiva, o presidente da Enel Brasil, Guilherme Lencastre, anunciou o fim do apagão, mesmo com 36 mil residências sem luz na capital paulista.
"Foram 3,1 milhões de clientes que ficaram sem energia durante o momento inicial da ocorrência. Até agora a gente vinha comentando que 2,1 milhões tinham sido impactados. Durante os últimos dias nós pudemos apurar que desde às 19h do dia 11, até 23h59 do mesmo dia 11, clientes que ficaram sem energia tiveram a sua energia restabelecida. Portanto, às 23h59 do dia 11 chegamos a uma fotografia de 2,1 milhões de clientes. Durante essas quatro horas a gente identificou que na verdade 3,1 milhões ficaram sem energia, 1 milhão a mais", afirmou Lencastre.
Na abertura do debate, transformado em sabatina com Boulos, uma das mediadoras, Fabíola Cidral, detonou a desculpa esfarrapada de Nunes para fugir do debate.
"Diante da desistência do candidato Ricardo Nunes, do MDB, os organizadores do debate por respeito, principalmente a você que está nos acompanhando e à democracia brasileira, seguirão o regulamento que foi debatido exaustivamente com as campanhas e será realizada uma entrevista de uma hora com o candidato do PSOL, Guilherme Boulos", afirmou.
"Nós lamentamos profundamente que após mais de uma semana de negociação com as campanhas, Nunes não tenha encontrado na agenda do governador Tarcísio de Freitas um horário diferente desse aqui, que já estava marcado com ele", emendou a jornalista, detonando ainda o governador paulista.