Guilherme Boulos (PSOL) venceu o primeiro debate do segundo turno da eleição à prefeitura de São Paulo (SP), promovido na noite desta segunda-feira (14) pela Band, contra o atual prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB).
Com um formato que permitiu confrontos diretos, Boulos se sentiu à vontade para circular pelo estúdio e adotar uma postura incisiva contra o prefeito, acuando-o em vários momentos. Em mais de uma ocasião, o candidato do PSOL desestabilizou Nunes por completo ao trazer à tona investigações que pesam contra o emedebista apoiado por Jair Bolsonaro.
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A cena do debate que mais chamou a atenção de telespectadores e internautas é a que Boulos desafia Nunes a abrir o seu sigilo bancário para provar que não recebeu um cheque no âmbito do esquema conhecido como "máfia das creches", no qual o prefeito é investigado por suspeita de lavagem de dinheiro.
Nunes ficou tão desestabilizado com a questão que riu de nervoso, engasgou e derrubou papéis que estavam em seu púlpito. "Cuidado, fica calmo. Fica tranquilo", disse Boulos, sob aplausos, ao ver o desespero do prefeito.
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Assista:
Ricardo Nunes também demonstrou nervosismo no momento em que Boulos expôs suspeitas de corrupção do prefeito e convocou a população a pesquisar no Google os termos que remeteriam às investigações, entre eles "Ricardo Nunes cunhado PCC". A fala se deu logo após Nunes recorrer ao assunto "família" para se esquivar do desafio de Boulos no sentido de abrir seu sigilo bancário.
"Você é investigado no tema da máfia das creches, obras emergenciais, o Ministério Público está apurando. Contrato sem licitação, favoreceu o seu compadre. Superfaturamento de água. Superfaturamento até de marmita. Deem um Google: 'Ricardo Nunes superfaturamento obra emergencial'; 'Ricardo Nunes cunhado PCC'. Deem um Google. Se não parece que fica o dito pelo não dito", disparou Boulos.
Na sequência, o candidato do PSOL reforçou o desafio para que Nunes abra seu sigilo bancário, mas o prefeito, novamente, se esquivou.
Veja:
Boulos ainda desconcertou Nunes ao perguntá-lo diretamente sobre o fato do prefeito ter nomeado o cunhado de Marcola – apelido de Marcos Willians Herbas Camacho, um dos criminosos mais notórios do Brasil e líder da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) – como chefe de gabinete responsável pelas obras sem licitação em São Paulo.
"Você precisa responder pras pessoas sobe crime, precisa responder por que você indicou o cunhado do Marcola do PCC para cuidar do dinheiro da prefeitura de São Paulo", disse Boulos.
Assista:
Boulos também acuou Nunes ao destacar a "arrogância" do prefeito, criticando-o por atacar Marta Suplicy. Marta, que é candidata a vice na chapa de Boulos, atuou como secretária na atual gestão, mas deixou o cargo após Nunes selar aliança com Bolsonaro.
"Lamento que no alto de sua arrogância você até ataque a ex-prefeita Marta Suplicy que foi sua secretária e só rompeu com seu governo porque você se aliou com o Bolsonaro e ela tem caráter e princípios", declarou Boulos, arrancando aplausos da plateia.
Confira:
Nunes ficou desconcertado, ainda, no momento em que Boulos afirmou que "quem corre da polícia é quem está na máfia das creches", em referência a escândalos envolvendo a gestão municipal. Em seguida, Boulos intensificou a pressão ao questionar Nunes sobre a declaração de seu vice, que sugeriu que a polícia deveria tratar os pobres da periferia de maneira diferente em relação aos ricos. Visivelmente desconcertado, o prefeito gaguejou, desviou o olhar e não respondeu de forma clara.
Assista: