No primeiro bloco do debate da Band na noite desta segunda-feira (14), Guilherme Boulos (PSOL) conseguiu encurralar Ricardo Nunes (MDB) utilizando o tema do apagão, que ainda prejudica aproximadamente 500 mil pessoas na cidade de São Paulo.
O prefeito tentou se eximir da responsabilidade pela situação e culpar o governo federal, postura que já tinha apresentado na entrevista a jornalistas antes do início do programa. O candidato do PSOL ironizou a atitude do rival.
"Fico impressionado com sua capacidade de se livrar de responsabilidade. Você não faz poda de árvore e o culpado é o Lula?", disse. "Quem é o responsável pelo contrato da Enel é a Aneel, o presidente da Aneel foi nomeado pelo Bolsonaro, aliado dele", disse ainda Boulos.
Na verdade, Nunes tentou associar a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), agência regulatória criada no governo FHC com autonomia funcional, inclusive com um presidente hoje nomeado na gestão Bolsonaro e com mandato fixo (ou seja, não pode ser demitido), ao governo Lula. Foi desmentido por Boulos, que continuou na ofensiva.
Poda de árvores
Em seguida, Boulos perguntou de quem era a responsabilidade de poda e manejo de árvores na cidade. Nunes desconversou, mas depois o psolista voltou à carga com a mesma questão, com o emedebista assumindo que a responsabilidade era da prefeitura.
Ditando o debate, o deputado federal perguntou também de quem era a responsabilidade pelos semáforos na cidade, com Nunes voltando a tergiversar e citando mudanças no sistema semafórico na capital paulista. Insinuou que o parlamentar estava "passando pano para Enel", e foi contestado. "Pra tirar a Enel de SP precisa de um prefeito com pulso, não um prefeito vacilante", disse Boulos.
Ao ser acusado de "não trabalhar" por Nunes, estigma típico utilizado pela extrema direita, Boulos respondeu que ficava surpreso ao ver o prefeito falar em "trabalhar" naquele momento. "Você deixou pra (trabalhar na) véspera da eleição pra enganar as pessoas", disse.
No final, o candidato do PSOL desafiou Ricardo Nunes a abrir seu sigilo bancário, após falar do escândalo da chamada "máfia das creches". O prefeito não respondeu.