O cantor sertanejo Leonardo, que foi incluído na "Lista Suja" do trabalho escravo do governo federal nesta segunda-feira (7), pagou uma indenização de R$ 225 mil aos seis trabalhadores resgatados em situação precária na Fazenda Talismã, de sua propriedade, em Goiás.
A informação foi confirmada nesta quinta-feira (10) pela Defensoria Pública da União (DPU). O acordo de indenização foi fechado entre a DPU, o Ministério Público do Trabalho e o cantor.
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“Nós resolvemos todos os problemas da fazenda, mesmo estando arrendada. Foram pagas todas as indenizações a essas pessoas e nós aceitamos o acordo proposto pelo Ministério Público", declarou o advogado de Leonardo, Paulo Vaz.
Além da indenização, o cantor sertanejo ainda pagou uma multa de R$ 94.063,24.
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Após a repercussão do caso, Leonardo foi a público afirmar que não tinha conhecimento da informação até ter sido notificado pelas autoridades, pois a área havia sido arrendada. Ele declarou que a inclusão de seu nome na lista suja havia sido um "equívoco".
De acordo com o documento, o cantor teve que indenizar cinco trabalhadores maiores de idade em R$ 35 mil cada, e uma indenização a um adolescente de 17 anos no valor de R$ 50 mil. Ao todo, constavam 18 pessoas na propriedade, das quais seis se encontravam em situação de trabalho análogo à escravidão.
A operação foi realizada na Fazenda Talismã, em novembro de 2023, pela DPU, Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho e Emprego, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal. "Os trabalhadores estavam vinculados à Fazenda Talismã, pertencente ao cantor Leonardo, e atuavam na Fazenda Lakanka, arrendada pelo cantor, na limpeza de terreno para o cultivo de soja, sem qualquer registro formal de trabalho", disse a Defensoria.
Condições dos trabalhadores
De acordo com o Ministério Público do Trabalho, os funcionários resgatados trabalhavam mais de 10 horas em condições degradantes. Eles não tinham contrato nem descanso semanal remunerado.
Os seis trabalhadores dormiam em uma casa abandonada a alguns metros da Fazenda Talismã, sem banheiros, sem água potável e com camas improvisadas com tábuas de madeira. Os fiscais também identificaram uma infestação de morcegos e formigas, além de fezes no local. Também havia cobras e escorpiões.