O ministro da Justiça, Flávio Dino, foi às redes sociais na manhã desta sexta-feira (8) e anunciou as primeiras medidas após a divulgação da informação de que agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) balearam na cabeça uma menina de 3 anos que viajava com a família na região de Seropédica, na Baixada Fluminense, na noite do dia anterior.
Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, foi baleada na cabeça durante abordagem de agentes da PRF. O pai da menina, William Silva, afirmou que os tiros foram efetuados por policiais que perseguiam o carro, onde ele estava com a família, após passar por uma barreira policial onde não foram abordados.
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“A Polícia Rodoviária Federal estava parada ali no momento que a gente passou. A gente passou e eles vieram atrás. Aí eu falei: ‘Bom, tudo bem, mas eles não sinalizaram para parar’. E aí, como eles estavam muito perto, eu dei seta e, neste momento, quando meu carro já estava quase parado, eles começaram a efetuar os disparos”, contou.
Segundo William, ao estacionar, ele desceu rápido do carro e pediu para a família fazer o mesmo.
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"Eu coloquei a mão para o alto, saiu todo mundo, só a minha menorzinha que ficou dentro do carro", disse.
O disparo acertou a cabeça e a coluna de Heloísa, que passou por uma cirurgia de risco o Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, Duque de Caxias, e está internada em estado grave no Centro de Tratamento Intensivo (CTI).
Tragédia
Em publicação na rede X (antigo Twitter), Dino classificou o fato com tragédia e afirmou que pediu esclarecimentos à direção da PRF no Rio de Janeiro.
"Sobre a tragédia com uma criança de 3 anos no Rio de Janeiro, já solicitei esclarecimentos e providências aos órgãos de direção da PRF naquele Estado. Estou aguardando a resposta, que será comunicada imediatamente", afirmou.
O ministro ainda afirmou as primeiras medidas, que passam por revisão da doutrina policial e lembrou a punição dos PRFs envolvidos no assassinato de Genivaldo de Jesus em uma espécie de câmara de gás na viatura. Os agentes foram demitidos no dia 14 de agosto.
"E mandei acelerar a revisão da doutrina policial e manuais de procedimento na PRF, como já havia determinado quando da demissão dos policiais do caso Genivaldo, em Sergipe. Outras medidas serão informadas em breve", escreveu.