BARBÁRIE

Flávio Dino assina demissão dos PRFs que mataram homem com gás em SE

Ministro fez postagem dura falando sobre como serão as coisas agora, enfatizou importância do trabalho dos policiais, mas deixou recado a quem viola a lei de uniforme

Créditos: Reprodução/Twitter
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, informou por meio das redes sociais que assinou a demissão dos três agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que mataram um homem com transtornos mentais, em maio do ano passado, após submetê-lo a uma sessão de tortura com gás lacrimogêneo. Genivaldo de Jesus Santos, então com 38 anos, foi colocado no compartimento traseiro da viatura, momento em que os policiais lançaram a substância no pequeno espaço. Ele foi mantido à força, se debatendo e gritando desesperado, dentro do chamado ‘xilindró’ e inalou a fumaça química até morrer. Tudo ocorreu na frente de inúmeros moradores de Umbaúba (SE), em plena luz do dia, e foi filmado pelas testemunhas.

Dino fez questão de enfatizar a importância do trabalho dos policiais e disse que quer a segurança de todos eles, mas deixou um recado claro de como as coisas serão a partir de agora, sinalizando um ponto de virada em relação às políticas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que incentivavam a agressividade e o cometimento de atos violentos por agentes da lei.

“Estou assinando a demissão de 3 policiais rodoviários federais que, em 2022, causaram ilegalmente a morte do Sr. Genivaldo, em Sergipe, quando da execução de fiscalização de trânsito. Não queremos que policiais morram em confrontos ou ilegalmente matem pessoas. Estamos trabalhando com Estados, a sociedade civil e as corporações para apoiar os bons procedimentos e afastar aqueles que não cumprem a Lei, melhorando a Segurança de todos. Determinei a revisão da doutrina e dos manuais de procedimentos da Polícia Rodoviária Federal, para aprimorar tais instrumentos, eliminando eventuais falhas e lacunas”, escreveu Dino em sua conta oficial no Twitter.

As imagens de puro barbarismo, cometido por servidores do Estado, rodaram o planeta e tiveram uma repercussão estrondosa em todo o mundo, maculando ainda mais a imagem do governo de Jair Bolsonaro, um entusiasta da violência policial, na comunidade internacional. Genivaldo, que era esquizofrênico, resistiu à ordem dos agentes para parar de se debater durante sua detenção, ocorrida simplesmente porque ele conduzia uma moto sem capacete.

A ação dantesca, com os gritos de horror do homem, somados às imagens da viatura expelindo uma grande quantidade de gás e as pessoas desesperadas assistindo ao redor, renderam a alcunha macabra de “câmara de gás da PRF”, em alusão ao mecanismo funesto e genocida usado pelos nazistas durante a 2ª Guerra Mundial para matar milhões de judeus em campos de concentração na Europa.