O apresentador Bruno Aiub, conhecido como Monark, confirmou nesta terça-feira (27) que fugiu para os Estados Unidos com o objetivo de driblar a Justiça brasileira. Ex-integrante do Flow Podcast, ele é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por divulgação de fake news sobre o processo eleitoral e ataques a ministros da Corte.
Em junho deste ano, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou o bloqueio de contas de Monark nas redes sociais no âmbito do inquérito que investiga os atos golpistas no dia 8 de janeiro. Além disso, o magistrado proibiu o apresentador de espalhar fake news sobre a atuação do próprio STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob pena de multa.
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Em agosto, Moraes aplicou uma nova multa a Monark, de R$ 300 mil, pelo fato do apresentador ter desobedecido ordem judicial e criado novos perfis nas redes sociais para divulgar fake news.
“A criação de novos perfis se revela como um artifício ilícito utilizado para produzir (e reproduzir) conteúdo que já foi objeto de bloqueio nestes autos, veiculando novos ataques, violando decisão judicial, o que pode caracterizar, inclusive, o crime de desobediência", afirmou o ministro na decisão.
Além da multa e bloqueio dos perfis, Moraes determinou a abertura de inquérito para que Monark seja investigado pelo crime de desobediência a decisão judicial.
"Vou continuar"
Apesar a investigação do STF, Monark, em entrevista ao site de extrema direita Gazeta do Povo, desafiou a Justiça e disse que vai continuar fazendo seu podcast. Atualmente, o apresentador tem um perfil na plataforma Rumble - e gravar diretamente dos Estados Unidos seria uma estratégia para driblar a decisão judicial.
“O Brasil virou uma ditadura do Judiciário, não existe mais lei. Eu sou um perseguido político e, infelizmente, temendo pela minha segurança e também para continuar com o meu trabalho, me vi obrigado a vir para os Estados Unidos, que é um país que tem liberdade de expressão. Vou continuar com meu podcast falando sobre a situação brasileira”, disparou Monark.
Polêmicas
Contumaz divulgador de notícias falsas, Monark já chegou a defender a legalidade de um partido nazista nos dias atuais, disse que não deveria ser considerado crime consumir conteúdo de pornografia infantil e, recentemente, xingou Moraes de "anticristo do caralho" em seu programa após o ministro determinar o bloqueio de seus perfis nas redes sociais.