O vídeo se espalhou nas redes no final de semana retrasado e causou indignação em vários setores da sociedade, entre eles entidades estudantis, políticos, autoridades, membros da Justiça entre outros.
Durante o Intermed de São Paulo de 2023, jogos universitários entre estudantes de Medicina, ocorrido em São Carlos nos meses de abril e maio deste ano, alunos da Universidade Santo Amaro (Unisa) entraram na quadra e simularam uma masturbação coletiva. O ato ocorreu durante um jogo de vôlei feminino.
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A repercussão provocou uma onda de cobranças. E quinze alunos do curso de medicina da Unisa foram expulsos.
A Polícia Civil de São Carlos, onde aconteceram os jogos universitário, diz que vai ouvir alunos envolvidos nos próximos dias. E que apura os seguintes crimes:
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- ato obsceno, quando a ação não visa uma pessoa específica,
- e de importunação sexual, que ocorre quando há impulso sexual direcionado.
Já a resposta da Unisa foi expulsar alunos que identificou nas imagens e por meio de denúncias.
Novos vídeos
O Fantástico, da Rede Globo, mostrou novos vídeos e relatos de alunos neste último domingo (25), em que aparecem cenas de nudez, constrangimento e várias humilhações em trotes.
Um dos vídeos, por exemplo, mostra estudantes obrigados a pular em roda com fogos de artifício soltando faíscas. Outro vídeo mostra veteranos incentivando uma corrida de calouros nus.
"Aqui as coisas funcionam na base do respeito e da hierarquia. Se quiser ser 'o' estudante de medicina, aquele que recebe indicações para plantões, vocês têm que aprender e se submeter às regras", disse uma estudante que não quis ser identificada.
Os ataques nos trotes também podem ser escatológicos. "Cospem, xingam, tacam 'mijosta' e é normal isso assim, pra eles. Essa mistura de urina com fezes", relata a estudante.
Vídeos mostram que até são feitas até mesmo ameaças até ao futuro no mercado de trabalho.
O que dizem os envolvidos
Cinco dos 15 alunos expulsos se manifestaram por meio de seus advogados.
Dois deles afirmaram que seus desligamentos foram sumários, sem direito ao devido processo legal e à ampla defesa.
Outros três alunos disseram que "atos infelizes" foram "impostos aos calouros pelos veteranos da universidade". Que essa conduta inclui "agressões, ofensas e humilhações". E que "não se trataram de atos isolados, mas de algo que vem acontecendo já há muitos anos nessas universidades".
A Atlética José Douglas Dallora, de alunos da Unisa, disse por meio de advogados que "eventuais episódios de trote, violência e atos obscenos são individualmente praticados por agentes autônomos, os quais não representam a instituição".