O Brasil registra uma diminuição contínua nos casos de assassinatos em 2023 segundo o Índice Nacional de Homicídios criado pelo g1 com base em dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal. Nos primeiros seis meses do ano foram contabilizados 19,7 mil assassinatos em todo o país, representando uma queda de 3,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O destaque positivo vai para o estado de Roraima, que apresentou a maior redução, com uma queda significativa de 22,5%. No entanto, essa tendência não se manteve uniforme em todo o país. Dez estados - Acre, Alagoas, Amapá, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins - registraram aumentos nas mortes violentas. Dentre eles, o Amapá teve um aumento alarmante de 65,1%.
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É importante observar que os dados coletados não consideram as mortes decorrentes de violência policial. O levantamento engloba vítimas de homicídios dolosos, incluindo feminicídios, latrocínios (roubos seguidos de morte) e lesões corporais seguidas de morte.
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Embora a queda nos índices de homicídios seja motivo para celebração, especialistas do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e do Núcleo de Estudos da Violência da USP (NEV-USP) alertam que o país ainda enfrenta altas taxas de violência. Em média, ocorreram quase 110 assassinatos por dia no primeiro semestre de 2023.
A redução gradual dos números pode ser atribuída a diversos fatores, como mudanças na dinâmica do mercado de drogas, diminuição de conflitos entre facções e implementação de políticas públicas de segurança e sociais.
No entanto, o Sudeste do país se destaca como uma exceção nessa tendência de queda. Enquanto todas as outras regiões apresentaram redução nos assassinatos, o Sudeste registrou um aumento de 4,3%, com destaque para o estado do Rio de Janeiro, que teve alta de 17,3%. Esse aumento é preocupante e demanda novos estudos para compreender as realidades subnacionais que podem estar contribuindo para essa variação.
Os números do primeiro semestre de 2023 também mostram que estados com quedas significativas historicamente apresentam taxas elevadas de violência. Estados do Norte e Nordeste, como Roraima, Paraíba, Sergipe e Rondônia, experimentaram quedas expressivas e estão recebendo investimentos e atenção para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas à prevenção e repressão qualificada.
Embora a trajetória de queda nos índices de homicídios seja evidente, a complexidade dos fatores que contribuem para esses números exige atenção contínua e esforços coordenados por parte das autoridades e da sociedade para promover a segurança e o bem-estar dos cidadãos brasileiros. O trabalho conjunto entre órgãos de segurança, instituições governamentais e a sociedade civil é essencial para a manutenção dessa tendência positiva nos próximos anos.
