PROFISSÃO ARRISCADA

Confronto armado em reportagem: Policial aponta fuzil para repórter em comunidade no Guarujá

Cobertura jornalística revela incidente alarmante e coloca em foco a importância da proteção dos profissionais da imprensa

Policial apontando fuzil para reporter.Créditos: Reprodução
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No último episódio do programa "Profissão Repórter", exibido nesta terça-feira (15), a repórter Danielle Zampollo mergulhou no complexo cenário da letalidade policial ao investigar as mortes ocorridas durante a Operação Escudo na comunidade Prainha, em Guarujá. O programa abordou a conturbada relação entre a imprensa e as forças de segurança, ressaltando os desafios enfrentados por jornalistas que buscam reportar de forma imparcial em ambientes de alta tensão e risco.

O episódio tomou um rumo inesperado quando a repórter foi confrontada por um policial armado, que a ameaçou com um fuzil enquanto ela tentava documentar a entrada das autoridades na comunidade. O momento de tensão foi capturado em vídeo, no qual se observa claramente o policial apontando a arma em direção a Danielle por um longo período de 17 segundos.

Danielle descreveu o encontro como uma experiência traumática. "Quando ele começou a apontar o fuzil pra mim, e manteve a arma apontada, eu estranhei. Achei que estivesse acontecendo alguma coisa. Olho pra trás e não tem ninguém. Só eu, numa viela estreita. Aí que eu vi que era comigo. Ele ficou 17 segundos apontando o fuzil pra mim, sem parar", relatou.

O policial, não identificado na farda, além de não prestar esclarecimentos à repórter, também a filmou e compartilhou nas redes sociais, gerando acusações infundadas de que Danielle estaria ali para expor irregularidades da polícia. A repórter esclareceu que sua intenção era apenas se proteger da ameaça iminente.

Durante a cobertura, Danielle também constatou que o policial em questão não utilizava nenhuma identificação na farda, o que é uma obrigação regulamentar. Esse fato trouxe à tona a discussão sobre a falta de accountability e transparência no aparato de segurança pública.

O programa "Profissão Repórter" não apenas expôs o incidente alarmante, mas também entrevistou autoridades competentes para obter respostas. O comandante-geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Cássio Araújo de Freitas, foi questionado sobre a conduta do policial envolvido. Inicialmente, ele alegou que o policial não estava ciente da presença da jornalista no local. No entanto, ao ser confrontado com a informação de que Danielle havia se identificado, o comandante mudou sua declaração.

A tensão entre jornalistas e forças de segurança em ambientes sensíveis é um tema que demanda análise profunda. A reportagem destacou a importância da proteção dos profissionais da imprensa e da garantia de seu direito de trabalhar sem serem alvos de ameaças ou agressões por parte das autoridades.

O episódio do "Profissão Repórter" serviu como um alerta sobre os desafios que os jornalistas enfrentam ao buscar a verdade em situações arriscadas e destacou a necessidade contínua de promover a liberdade de imprensa, transparência e prestação de contas por parte das instituições de segurança pública.


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