CONTRASSENSO

Bancada da bala quer fim das câmeras nos uniformes da polícia militar de SP

Parlamentares se manifestaram pelas redes e elogiaram ação da PM no Guarujá, que deixou oito mortos

Bancada da bala quer fim das câmeras nos uniformes da polícia militar.Créditos: Governo do Estado de São Paulo
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Deputados que compõem a "Bancada da Bala" na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) foram às redes sociais elogiar a ação da PM no Guarujá, que resultou em oito mortos, e pedir a retirada das câmeras dos uniformes dos policiais.

O Programa Olho Vivo foi instituído em 2020 pelo então governador de São Paulo João Doria. A medida foi bem recebida por especialistas em segurança pública e trouxe resultados efetivos: o número de mortes em abordagens policiais e de agentes da PM caíram 80%. 

No entanto, durante a campanha eleitoral de 2022, o então candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos) chegou a defender o fim do programa, mas, após ser duramente criticado por tal proposta, Freitas voltou atrás e afirmou que iria consultar especialistas.

Porém, após a Operação Escudo no Guarujá, deputados da extrema direita de São Paulo devem cobrar o fim do Programa Olho Vivo e exigir que o governador de São Paulo adote uma linha ainda mais dura na política de segurança pública.

"Está na hora de debatermos em São Paulo a retirada das câmeras no peito dos nossos policiais! A bandidagem não pode ter essa vantagem!", escreveu o deputado estadual Gil Diniz (PL-SP).

Por sua vez, o deputado Major Mecc (PL-SP) fez uma publicação onde defende a ação da PM e acusa parte da imprensa de espalhar "narrativas que sustentam que nossa polícia é truculenta".
 

 

O que aconteceu 
 

  • A Operação Escudo foi deflagrada na última sexta-feira (28) e contou com 3 mil policiais de 15 batalhões diferentes;
     
  •  A ação foi uma resposta ao assassinato do soldado Patrick Reis, da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), na quinta-feira anterior (27);
     
  •  De acordo com relatos de moradores divulgados pela imprensa, policiais ameaçaram matar mais de 60 pessoas para vingar o colega. Além disso, pelo menos uma das vítimas chegou a ser torturada antes de vir a óbito.

A operação foi marcada por inúmeras denúncias de abusos, que incluem até mesmo tortura, praticados pelos policiais militares. Moradores das duas comunidades onde ocorre a ação afirmam que estão sitiados e que PMs estão espalhando terror. Ao Brasil de Fato, um morador de uma das comunidades do Guarujá onde ocorreu a Operação Escudo, relata que um garoto foi torturado e morto.