RISCO RADIOATIVO

Entenda os perigos do Césio-137, material radioativo furtado de mineradora em MG

Elemento químico foi responsável pelo acidente nuclear de Goiânia, em 1987, um dos maiores da história

Símbolo de risco radioativo.Créditos: Unsplash
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Duas fontes radioativas de Césio-137 foram furtadas de uma mineradora no município de Nazareno, sul de Minas Gerais. Segundo a empresa AMG, responsável pelo material, a suspeita de furto foi comunicada no dia 29 de junho à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que conduz uma investigação interna sobre o caso, e um boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Civil.

Em nota, a empresa disse que "lamenta profundamente qualquer preocupação que possa causar às comunidades vizinhas. Como a segurança e o bem-estar de todos são prioridade, todos os esforços possíveis [estão sendo feitos] para resolver a situação o mais breve possível”. Por se tratar de um elemento radioativo, o Césio-137 deve ser tratado com máxima cautela, para evitar desastres.

O que é e quais são os perigos do Césio-137

O Césio-137 é um isótopo radioativo artificial do metal alcalino Césio e é usado principalmente pela medicina para o tratamento de câncer. No entanto, a exposição indevida do corpo humano à substância pode provocar náuseas, vômitos, diarreia, tonturas, queimaduras e até a morte. Isso porque o elemento libera radiações beta e gama, capazes de atravessar vários materiais, incluindo a pele e tecidos do corpo.

Foi o que ocorreu em Goiânia, em 1987, quando o manuseio indevido de um aparelho de radioterapia abandonado, no local onde ficava o Instituto Goiano de Radioterapia, por catadores de sucata, provocou o espalhamento da substância por diversos locais da cidade. Os dados oficiais são de que quatro pessoas morreram e mais de 1600 foram contaminadas, mas autoridades estimam que os óbitos podem ser bem maiores, já que várias pessoas morreram de sintomas semelhantes após o desastre sem que tenham sido contabilizadas nos dados oficiais.

No começo desse ano, o elemento também provocou um alerta em outra parte do mundo, ao desaparecer de um campo de mineração da Austrália. No caso do desaparecimento em MG, o CNEN explica que as fontes furtadas têm atividade cerca de 300 mil vezes menor do que aquela do acidente de Goiânia. Se comparadas a aparelhos de radioterapia, a capacidade é 275 mil vezes menor. Assim, apresentam baixo risco. No entanto, exposições desnecessárias à radiação devem ser evitadas.