Mirtes Renata, a mãe do menino Miguel Otávio, falecido após a negligência de cuidado por parte de sua ex-patroa, foi contemplada, ao menos em partes, com uma decisão importante: o Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu manter a condenação de Sergio Hacker Corte Real e Sarí Mariana Costa Gaspar por contratação irregular de serviços domésticos.
Mirtes celebrou a decisão do tribunal, já que é uma situação incomum na sociedade brasileira ter uma decisão favorável às classes trabalhadoras e minorias devido ao racismo e à desigualdade, uma vez que o ex-prefeito Sergio e a ex-primeira dama Sarí são pessoas brancas e privilegiadas.
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“Essa decisão histórica representa uma conquista importante para todos aqueles que lutam diariamente contra a desigualdade racial, que enfrentam desigualdades e injustiças com base na cor da pele”, disse Mirtes em seu Instagram.
O casal foi condenado a pagar R$ 386 mil. O valor será destinado a um fundo de trabalhadores, devido à infração com danos morais coletivos, e nenhuma parte será destinada à Mirtes.
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Embora o dinheiro não traga de volta a vida de Miguel, Mirtes usa de seu alcance para trazer visibilidade e promover o debate acerca da desigualdade racial e social brasileira. A mãe também questiona o casal, que relativizaram seus atos alegando que Mirtes era racista com Miguel.
A mãe de Miguel Otávio também comenta sobre a necessidade de combater situações de discriminação e que, embora a decisão tenha sido uma vitória, só é possível se contentar quando houver justiça social.
“Essa decisão histórica nos lembra que juntos somos mais fortes e podemos mudar que, com empatia, solidariedade e respeito, podemos construir uma sociedade mais justa e igualitária para todos”, completa Mirtes.
Veja o relato completo de Mirtes Renata, publicado em seu perfil do Instagram:
Relembre o caso
Miguel Otávio era filho de Mirtes Renata e morreu ao cair do 9º andar em junho de 2020, no apartamento de luxo da patroa de sua mãe, Sarí, enquanto estava sob os cuidados da mesma. A situação não foi um acidente, pois a mulher teria apertado o botão do elevador do prédio que levou o garoto àquela altura.
Embora a decisão seja apenas para o campo trabalhista, o processo no âmbito criminal segue em andamento. Sentenciada a oito anos e seis meses por abandono de incapaz, Sarí recorreu e responde em liberdade.