8 DE JANEIRO

Quem é o “pastor major” citado por terrorista em depoimento à CPI do DF

Preso pela tentativa de implantar uma bomba no aeroporto de Brasília, Alan Diego dos Santos falou sobre um major que ensinava táticas de guerrilha no “pacífico” acampamento golpista de Brasília

Major Cláudio Mendes dos Santos, da PMDF.Créditos: Reprodução /Redes Sociais
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Alan Diego dos Santos é um dos homens presos pela tentativa de explodir uma bomba no aeroporto de Brasília na última véspera de Natal. Nesta semana prestou depoimento para a CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal e, em meio ao seu depoimento, falou a respeito de um major que ia ao acampamento em frente do Quartel-General do Exército para ensinar táticas de guerrilha. Todos o chamavam de “pastor”.

“Nunca presenciei ele ensinando as técnicas. Até então, ele falava que era pastor”, relatou Diego aos parlamentares distritais. Além disso, também contou que o “pastor major” era tratado como uma espécie de líder do acampamento, até hoje taxado como “pacífico” pelos bolsonaristas em suas tresloucadas tentativas de livrar a cara dos integrantes dos acampamentos das punições pelos atos de 8 de janeiro.

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Pois bem, o “pastor major” é Cláudio Mendes dos Santos, de 49 anos. É major da reserva da Polícia Militar do DF e foi preso pela Polícia Federal em 23 de maio na nona fase da Operação Lesa Pátria. Ele é acusado de incitar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, justamente no acampamento. A própria investigação da PF já apurava possível ensino de táticas de guerrilha da sua parte.

Seu mandado de prisão foi expedido pelo próprio ministro Alexandre de Moraes, do STF. Cláudio está preso no 19o Batalhão da PMDF e foi convocado para depor na CPI do parlamento distrital junto com outros dois policiais acusados de envolvimento: Jorge Naime, que foi comandante do Departamento de Operações (DOP) e Flávio Silvestre Alencar, preso por ordenar o recuo de tropas durante o 8 de janeiro.