Ativistas ligados a movimentos negros e diversas entidades protestaram, nesta terça-feira (23), em frente a representações consulares da Espanha em algumas cidades brasileiras (São Paulo, Porto Alegre e Belém) para denunciar a violência racial sofrida pelo jogador brasileiro Vinicius Jr nos estádios do país europeu.
Em São Paulo, em frente ao Consulado Geral da Espanha, os manifestantes prestaram solidariedade ao atacante do time espanhol e denunciaram a violência. Com gritos de "LaLiga racista", "Fogo nos racistas" e cobranças por ações do governo espanhol, o protesto contou com faixas, instrumentos musicais, caixas de som e sinalizadores.
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Além do organizações do movimento negro - Unegro, Uneafro Brasil, MNU, entre outros - o ato contou ainda com a participação de coletivos, entidades, movimentos sociais, organizações antirracistas e partidos políticos.
Em sua conta no Instagram, a Uneafro publicou:
"Pra quem ficou surpreso com a resposta do Javier Tebas, presidente da La Liga, que [culpou] Vini Jr. por ter sofrido racismo, é importante saber que essa não é a primeira vez que ele faz declarações absurdas como essa. Tebas é reconhecido por apoiar abertamente o Vox, partido de extrema-direita espanhol, que já se posicionou a favor da expulsão de imigrantes da Espanha e a revogação de leis em favor da comunidade LGBTIA+ e leis contra a violência machista"
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A manifestação lembrou a série de ofensas racistas que o jogador brasileiro vem sofrendo nos estádios espanhóis desde que começou a atuar pela equipe de Madri.
Em Porto Alegre, dezenas de pessoas se reuniram para cobrar atitudes das autoridades em frente ao prédio do Consulado Geral da Espanha, na zona norte da capital gaúcha. "Vidas negras importam".
Em Belém, no Pará, representantes de movimentos sociais fizeram um ato público pela manhã. A manifestação ocorreu próximo ao Consulado da Espanha.
Diante da onda de indignação, pressão do governo brasileiro e repercussão internacional dos episódios de racismo nos estádios da Espanha, a polícia espanhola deteve, nesta terça (23), sete pessoas suspeitas de crimes de injúria racial e ódio contra o jogador brasileiro. Três envolvidos no incidente de domingo foram soltos após prestar depoimento. Eles agora responderão em liberdade pelo crime de ódio. Políticos espanhóis também se mobilizam para mudar a legislação no país, pois na Espanha não há uma tipificação específica para racismo.