No último domingo (21), torcedores que estavam no estádio Mestalla, localizados atrás do gol defendido por Mamardashvili, do Valência, cometeram atos racistas contra o atacante Vinícius Júnior no período do segundo tempo. Os torcedores pertencem ao grupo Ultra Yomus, considerada ideologicamente fascistas e de ideologia nacionalista espanhola.
A torcida extremista surgiu em 1983 em uma conjuntura política marcada pela violência. Anos mais tarde, começou a trazer preocupação: o holandês Guus Hiddink paralisou o início de uma partida contra o Albacete de modo que os serviços do clube retirassem uma bandeira nazista das arquibancadas do Mestalla. No entanto, a atitude do treinador foi a primeira e a única sobre uma denúncia da exposição de bandeiras antidemocráticas.
Após isso, as bandeiras se espalharam pelo estádio Mestalla. Características como tatuagens, cantos e armas com a saudação romana são comuns entre o grupo neonazista.
Muitos jovens com pensamentos neonazistas e identificados como de extrema-direita aderiram ao movimento, levantando bandeiras do nazismo, do orgulho celta e do franquismo nos estádios.
A torcida estava enfraquecida nos últimos tempos e guarda um longo histórico de cantos pró-nazismo, racistas e antissemitas. Além disso, já apresentaram históricos de esfaqueamentos, brigas e muita violência.
Nos últimos meses, eles voltaram a ganhar força e uma disputa sobre a localização do grupo atrás do gol foi comunicada pelo Yomus, onde outros grupos não adeptos ao ódio estavam sendo forçados a conceder espaço.
Responsável há muito tempo por naturalizar discursos de ódio e manifestações discriminatórias em ambientes de futebol, o fato não é considerado isolado por questões de “rivalidade”.