O bispo da Igreja Católica Apostólica da Redenção, Valdiley Abadia da Silva, está sendo acusado de aplicar um golpe em um médico cubano, que havia trabalhado no programa Mais Médicos. O religioso está sendo investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF).
A esposa do profissional registrou a ocorrência, denunciando que o bispo embolsou R$ 10 mil do marido, em troca de uma “ajuda” para conseguir o Revalida.
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O problema começou em dezembro de 2021, quando a esposa do médico, amiga do bispo, questionou o religioso se ele conhecia alguém que pudesse orientar a respeito do processo necessário para validar o diploma de medicina obtido fora do Brasil.
“Naquele momento, não houve resposta do Valdiley. Já em setembro do ano seguinte, ele me procurou perguntando se eu teria sido a pessoa a pedir auxílio sobre o Revalida. Eu disse que sim e ele respondeu que teria como ajudar”, relatou ela, que preferiu não se identificar, em entrevista à coluna Na Mira, no Metrópoles.
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Já em fevereiro de 2023, o bispo procurou a esposa do médico e disse que conhecia “gente grande” dentro do Revalida e, por isso, tinha como conseguir auxiliar no processo. Valdiley pediu cópia de todos os documentos do cubano e fotos.
“Dali para frente foram dezenas de ligações e trocas de mensagens e áudios pelo WhatsApp, sempre com o Valdiley me garantindo que tudo daria certo”, destacou.
Enfim, a vítima é convencida a pagar R$ 10 mil
Em março, a mulher foi convencida a pagar pelos “préstimos” do religioso e de um suposto “contato” dentro do Revalida. “Precisei fazer um empréstimo a juros altos para pagar esses R$ 10 mil ao bispo e tentar resolver a situação do meu marido, que parou de trabalhar após o contrato do Mais Médicos ter se findado”.
Ao perceber que o processo não avançava, ela começou a cobrar o religioso para que devolvesse o dinheiro. Porém, Valdiley passou a dar várias desculpas para adiar a devolução. “Nas últimas semanas, ele passou a me enrolar dizendo que o tesoureiro da igreja dele iria fazer um Pix, mas o dinheiro nunca foi transferido”, contou a vítima.
Ela ressaltou, ainda, que o bispo era conhecido na cidade goiana de Nerópolis, como “padreco” e havia participado como cabo eleitoral de um candidato a prefeito.
“Ainda tem uma outra pessoa nesse golpe, para onde o dinheiro foi enviado. Essa pessoa aparece em vários áudios para simular que estaria resolvendo o Revalida”, detalhou a mulher.