A vinícola Aurora, envolvida com o caso de 200 pessoas em situação análoga à escravidão no RS, foi certificada com o selo 'Great Place to Work', em tradução livre, 'Ótimo Lugar para Trabalhar'. A apuração é da Repórter Brasil.
A certificação é dada por uma empresa privada presente em mais de 90 países. Mais de 2300 empresas brasileiras possuem o selo, incluindo a própria Aurora.
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O selo GPTW custa pelo menos R$ 4500 por mês para as empresas que detém o selo. A partir desse pagamento, a responsável pela certificação faz uma pesquisa de satisfação dos funcionários e rankeia as companhias.
Quando uma fornecedora terceirizada da vinícola foi alvo de uma operação do Ministério Público e do Ministério do Trabalho, mais de 200 trabalhadores foram resgatados em condições análogas à escravidão.
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A empresa Great Place to Work afirmou à Repórter Brasil que suspendeu temporariamente a certificação da Aurora e que vai aguardar a conclusão dos processos judiciais.
No âmbito jurídico, a Aurora, a Salton e a Garibaldi firmaram um termo de Ajuste de Conduta (TAC) de R$ 7 milhões com o Ministério Público do Trabalho (MPT). No documento, as vinícolas se eximem de culpa ou responsabilidade direta sobre os casos de trabalho escravo em Bento Gonçalves (RS). A responsabilidade recairá sobre a Fênix, que utilizava a mão de obra escravizada diretamente.
Pacto global da ONU
Segundo a matéria da Repórter Brasil, a Salton é signatária do Pacto Global da ONU no Brasil, que defende trabalho digno para todos.
Ao assinar o documento, a empresa se compromissou a "tomar medidas imediatas para erradicar o trabalho forçado e a escravidão moderna". A ONU afirma que ser signatário do pacto não é um selo ou um certificado dessas medidas e que repudia violações aos direitos humanos.
A vinícola afirma que entrou no Pacto para implementar a agenda de desenvolvimento sustentável promovida pelas Nações Unidas.