A professora da rede pública do Distrito Federal, Lorena Santos, 28 anos, postou foto na manhã da última quinta-feira (20), com um, de acordo com ela, “look de hoje, especial massacre”. A seguir, ainda colocou a legenda: “Se eu morrer hoje, estarei belíssima pelo menos”. De péssimo gosto, a brincadeira viralizou negativamente nas redes sociais. No mesmo dia, ela até comentou algo a respeito, enviando uma nota ao portal Metrópoles, mas foi no último sábado (22) que realmente quebrou o silêncio, se desculpou e explicou a razão pela qual apresentou tal conduta.
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“Vou pedir desculpas pela forma que eu falei. Tentei justificar aqui, mas não sei se é suficiente. Estou passando pelas consequências, estou encarando tudo, mas eu acho que as consequências têm que ser proporcionais”, afirmou Lorena.
A Polícia Civil do Distrito Federal abriu um inquérito na última sexta-feira (21) para apurar sua conduta, que poderia ser enquadrada como uma contravenção penal por “provocar alarme”, anunciando um suposto perigo que ainda não teria se concretizado ou confirmado. Caso comprovada a contravenção, ela poderia ficar de 15 dias a 6 meses presa e pagar uma multa. Lorena se adianta a um possível depoimento e explica publicamente como atua nas redes sociais.
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“Sempre fiz conteúdo, sempre falei das coisas inovadoras que fiz com os meninos, para eles gostarem de matemática. Mas obviamente, ninguém olha ou dá valor a isso. Vou continuar tendo essa 'boca de sacola minha', muita gente gosta, muita gente não gosta, e eu não vou ser neutra para agradar todo mundo. A vida é muito curta para a gente ficar em cima do muro”, afirmou.
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Para concluir, Lorena afirma que os ataques a escolas são uma realidade que a deixa assombrada. Diz que não sabe o que fazer nesses casos e que tenta se utilizar do humor para lidar melhor com a situação. Garante que jamais incentivaria uma situação da qual ela própria poderia ser a vítima.
“Estamos de mãos atadas. E quando estamos assim, a gente faz o que dá para fazer. Não foi diferente com essas ameaças. Já que não dá para gritar por mais segurança, ou gritar por socorro, recorremos a, por exemplo, usar uma roupa mais confortável, não usar salto, para se acontecer alguma coisa a gente estar preparados. Nesse sentido, eu postei em paralelo com uma brincadeira que a gente faz, do tipo, ‘se eu sofrer um acidente, minhas roupas não podem estar furadas’, porque é algo que não temos controle, assim como nessa situação. A gente fica tão indignado, por não saber o que fazer, me resta a agir como sempre ajo em situações de caos, trauma e perigo, que é ter humor ácido. Para quem acha que incitei algo, digo que não faz sentido, eu estava lá, na linha de frente, como iria incentivar algo contra mim mesma?”, indagou.
A “piada” de mau gosto
A piada de extremo mau gosto, que faz alusão ao massacre cometido em Columbine, nos Estados Unidos, em 1999, e desencadeou ameaças no Brasil, foi muito criticada por internautas.
No atentado em Columbine, dois alunos mataram outros 12 estudantes e uma professora do colégio. O Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), do Ministério da Justiça, registrou grande circulação de mensagens nas mídias sociais com conteúdo de violência por ocasião da data.
A professora Lorena Santos faz publicações em sua conta do Instagram com imagens da rotina como professora da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEDF). Ela também publica conteúdos sobre exercícios físicos, viagens, festas e dicas de beleza.
Após a reação negativa ao seu post, ela enviou mensagem à coluna Na Mira e disse que “não teve intenção de gerar polêmica”. Ela afirmou que expressou uma “posição perante as ameaças, de forma irônica”. “Somos tão vulneráveis e parecemos piadas perante o Estado. Mas já retirei a imagem. Não foi a intenção gerar polêmica”, disse.
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