Em uma das primeiras medidas após a posse para seu terceiro mandato, no dia 1º de janeiro, Lula assinou o decreto 11.366 suspendendo "registros para a aquisição e transferência de armas e de munições de uso restrito por caçadores, colecionadores, atiradores e particulares".
O decreto acabou com as vendas de armas de acesso restrito, como fuzis, aos chamados CACs, que foram beneficiados com uma série de medidas armamentistas durante o governo Jair Bolsonaro.
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Passados quatro meses do início do novo governo, que foi alvo de ataques terroristas e derrotou uma tentativa de golpe planejada por apoiadores do ex-presidente, uma quadrilha arrumou uma nova maneira de vender armas "livre de monitoração governamental e burocracia" em grupos de bolsonaristas, que seguem disseminando discurso de ódio e teorias da conspiração no Telegram.
A Fórum teve acesso ao grupo "Patriotas com Bolsonaro, direita inteligente", que reúne mais de 16 mil bolsonaristas de todo o país.
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Nesta quinta-feira (13), uma quadrilha identificada como CABR - Conexão de Armas Brasil oferecia fuzis e submetralhadores de forma ilegal aos bolsonaristas do grupo.
Em um card, onde só aparecem pistolas, o grupo anuncia as vendas "livre de monitoração governamental e burocracia" - o que na prática significa tráfico de armas - com "entregas por método 100% seguro".
A propaganda divulga dois links para atendimento online pelo Telegram. Em um deles, é disponibiliza um catálogo dos produtos oferecidos.
Entre as armas vendidas está um Fuzil Springfield Saint Victor 5.56mm pelo valor de R$ 35,3 mil e uma Sub-Metralhadora MAC-M11 9mm por R$ 26,8 mil.
O decreto assinado por Lula proíbe a venda desse tipo de armamento para CACs.
Em outro link são divulgados os canais de atendimento em São Paulo, no Rio de Janeiro e na Bahia e lista uma série de perguntas frequentes com as devidas respostas.
No FAQ, a quadrilha afirma que "o envio é feito via transportadora privada por meio de método totalmente seguro e rastreável".
Além disso, avisa que não permite "a retirada de produtos por razões óbvias de segurança", em clara sinalização de que sabem que a venda é ilegal.
Nas "regras do grupo", disponibilizadas no canal, a "equipe CABR" proíbe "apologia às facções" e alerta os "clientes" a tomarem "CUIDADO COM GOLPISTAS".
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