O empresário bolsonarista Carlo Wizard, defensor ferrenho de tratamento precoce durante a pandemia da Covid-19, está sendo cobrado na Justiça por uma dívida de R$ 266 milhões pela Alpargatas, dona da Havaianas.
Wizard comprou a Alpargatas Argentina, dona da marca Topper na Argentina e em outros países, mas não pagou a primeira parcela remanescente do negócio, que venceu no último dia 6 de março.
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O valor que não foi pago é de R$ 89,7 milhões e foi estabelecido no acordo de compra firmado em 2018. Por isso, a Alpargatas foi à Justiça e declarou o vencimento antecipado das demais parcelas, que somam R$ 266 milhões, e ingressou com processo de execução judicial. Segundo o comunicado, a execução tramita em segredo de Justiça.
Negacionista
Wizard ficou famoso durante a pandemia da Covid-19. Ele defendeu o uso de um suposto tratamento precoce, foi contra o isolamento social e duvidou do número de mortos no Brasil. Figura frequente do entorno de Bolsonaro e amigo do ex-ministro da Saúde e hoje deputado federal Eduardo Pazuello, que chegou a convidar o empresário para ser seu secretário.
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Ele foi investigado pela CPI da Covid, no Senado. Durante o depoimento, ficou calado. O bolsonarismo explícito transformou as empresas dele em alvo de boicotes convocados pelas redes sociais.
Bilionário
Wizard se apresenta como empreendedor social, mas é mais conhecido como um bilionário. Ele ganhou o título — com direito a menção na lista da Forbes dos EUA — quando vendeu no fim de 2013 o grupo Multi por R$ 1,95 bilhão para a editora britânica Pearson.
Ele é conhecido pela franquia de escolas de inglês Wizard, mas não é mais dono. São dele a Mundo Verde, a operação da Taco Bell no Brasil, a Rainha e a Topper (marcas pelas quais ainda não pagou para a Alpargatas) e a Ronaldo Academy, franquia de escolas de futebol que leva o nome do ex-jogador.