Uma cena repugnante vem gerando revolta nas redes sociais. Em vídeo gravado no ano de 2019, o ex-PM e fundador do AlfaCon Concursos, uma empresa direcionada a concurseiros que pretendem seguir carreiras policiais, Evandro Guedes, ensina seus alunos a "estuprar" cadáveres de mulheres.
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O registro foi resgatado nesta segunda-feira (4) por Vinicios Betiol, que pesquisa e denuncia crimes e declarações absurdas da extrema direita nas redes sociais. A publicação que mostra a "aula de necrofilia" de Evandro Guedes já ultrapassou as 300 mil visualizações.
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"Imagina, filho, você que é virgem. Ai você passa num concurso de técnico de necropsia de nível médio. Aí você tá lá e vem uma menina do 'Pânico na TV' morta. Meu irmão, com aquele rabão e ela enfartou de tanto tomar bomba, enfartou na porta do necrotério. Duas horas da manhã, não tem ninguém. Você bota a mão: 'uhmmm, quentinha ainda'. O que você vai fazer? Vai deixar esfriar? Meu irmão, eu assumo o fumo de responder pelo crime. Meu irmão, o difícil vai ser você arrumar uns travesseiros porque comer ela de bruços não dá. Tem que botar de quatro. Então, você bota um monte de travesseiros. Bota ela toda torta lá, irmão. Daquele jeito, ela fica meio durinha. Vai assim, e só por Deus, cara. Como vai endurecendo tudo, deve ficar bom demais. E come até a parte da manhã", dispara Guedes.
Depois, o "professor" ressalta que abusar sexualmente de cadáveres é crime, mas debocha da suposta reação do pai de uma vítima abusada.
Veja o vídeo:
Após o vídeo viralizar, Evandro Guedes fez uma live no Instagram em que negou que estivesse ensinado seus alunos a violar cadáveres. Segundo ele, tratava-se de uma aula sobre direito penal e estava apenas "dando um exemplo".
"Primeiro, se ela está morta, não é uma mulher, não tem mais personalidade jurídica. Não viram que é uma aula de direito penal. Isso é uma ficção, um exemplo", disse.
Amigo de Eduardo Bolsonaro, Evandro Guedes já se vangloriou por tortura
Evandro Guedes é amigo da família Bolsonaro. Ele já apareceu em fotos e vídeos ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e teve seus cursos da AlfaCon divulgados pelo próprio ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em suas aulas, o "professor" coleciona falas de apologia à violência, se orgulha de episódios em que supostamente teria torturado pessoas e destila racismo e transfobia.
Em 2019, por exemplo, Guedes dava aula quando de repente interrompe uma explicação, totalmente descontrolado, e arremessa o apagador em um aluno. Na sequência, ele humilha o rapaz e o ofende, aparentemente porque ele estava usando o celular na sala.
Dois anos depois, já em 2021, em entrevista a um podcast chamado Cortes do Mike, o policial e professor falou sobre o caso e, fazendo várias piadas, chamou o aluno que o processou pelo arremesso do apagador (segundo ele, outro aluno) de filho da puta e fez ofensas de caráter homofóbico contra o denunciante.
Em 2020, o empresário dono da Alfacon já tinha chocado internautas a contar um caso que teria ocorrido quando ele era policial militar no Rio de Janeiro. O relato dele é recheado de frases racistas e ofensivas.
“O desgraçado do favelado. É isso mesmo, feio para caralho, mijou na latinha de Coca-Cola e mandou, num calor desgraçado 4 e meia da tarde num domingo. Aquela porra bateu nas minhas costas e até hoje eu tenho uma raiva… E a latinha subiu e o xixi veio, chegou a entrar no meu nariz, fiquei todo mijado. Porra, mijo de favelado, a porra dos favelados, a crioulada, todo mundo rindo. O capitão mandou bater em todo mundo. Foi o primeiro ato de execução de maldade e crueldade que eu fiz, puta que pariu. Ali eu descobri que eu gosto de bater nas pessoas, e ponto. É uma coisa que eu gosto de fazer, e tive que me controlar por anos para não dar merda”, disse na ocasião.