A bancada de parlamentares ruralistas, por meio de nota da Frente Parlamentar da Agropecuária (FBA), pede a anulação de três questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado neste domingo (5). A FBA alega “cunho político” nas perguntas que criticam o avanço do agronegócio pela Amazônia e Cerrado.
De acordo com a organização, “as perguntas são mal formuladas, de comprovação unicamente ideológica e permite que o aluno marque qualquer resposta, dependendo do seu ponto de vista”. A FPA também acusa as perguntas de “negacionismo científico” e afirma que a anulação é “indiscutível, de acordo com literaturas científicas sobre a atividade agropecuária no Brasil e no mundo, em respeito à academia científica brasileira”.
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A Frente ainda pede a convocação do Ministro da Educação, Camilo Santana, para audiências na Câmara dos Deputados e Senado Federal;
As questões criticadas são a “89, 70 e 71 do ENEM 2023”. No entanto, nas fotos das questões divulgadas no site do FPA, duas estão repetidas (71 e 70). As provas do Enem são divididas em quatro cores de cadernos, em que as questões são ordenadas de formas diferentes. No site, a pergunta sobre corrida espacial (71 do caderno branco) não é citada.
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Os enunciados criticados, segundo a nota, são os que abordam o avanço da cultura da soja e o desmatamento na Amazônia e os fatores negativos do agronegócio no Cerrado, como a "superexploração dos trabalhadores" e as "chuvas de veneno" (uma referência ao uso de agrotóxicos).
A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP) também emitiu uma nota repudiando as perguntas do ENEM.
"É muito triste ver como o nosso agro foi agredido sem nenhuma justificativa por aqueles que deveriam elaborar questões que avaliem somente conhecimento e não ideologia. Não concordamos com esse tipo de abordagem ideológica e queremos uma retratação do Ministério da Educação (MEC). Estamos abertos para debater os temas citados no Enem, desmistificando essas inverdades e pautando os assuntos com embasamento científico e nos resultados de pesquisas sérias feitas por grandes instituições brasileiras", destacou Tirso Meirelles, vice-presidente da FAESP.