A atividade agropecuária foi a que mais cresceu nos últimos 37 anos no país e já está presente em todos os biomas, ocupando 33% do território. Seu avanço foi principalmente sobre área de floresta, ocupando 58,6 milhões de hectares entre 1985 e 2022, segundo estudo do MapBiomas divulgado nesta quinta-feira(31).
Atualmente, o solo destinado a pastos e plantações já ocupa um terço do solo nacional.
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No Cerrado, a agropecuária tomou conta da metade (50%) do bioma e 25% da sua vegetação nativa foi destruída. O bioma se junta ao Pampa (24%) como as regiões que mais perderam área nativa no período analisado.
Na região conhecida como Amacro, um dos pólos do desmatamento, no oeste da Amazônia, a agropecuária aumentou em 10 vezes, chegando a ocupar 21% do território (5,3 milhões de hectares).
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Ao todo, o Brasil perdeu 96 milhões de hectares (15%) de vegetação nativa, o que equivale a 2,5 vezes a Alemanha.
Outro dado alarmante é sobre a perda de água e campos alagados no Pantanal: em 1985, o índice era de 47% do território; em 2022, é de apenas 12% de áreas mapeadas.
O avanço da soja
As lavouras temporárias, onde se plantam as famosas commodities como soja, milho, cana e algodão avançaram mais de três vezes pelo território. A cultura da soja, a gigante do agro, cresceu e hoje é nove vezes maior do que há 37 anos e toma conta de 40 milhões de hectares, área maior que a França.
Perda por bioma
Na Amazônia, a área ocupada pelo agro saltou de 3% para 16%; no Pantanal, de 5% para 15%; no Pampa, de 29% para 44%; na Caatinga, de 33% para 40%
Preservação em terras indígenas
As terras indígenas, que ocupam 13% do território nacional, são responsáveis por manter 19% de toda a vegetação nativa do país. Nas últimas três décadas, apenas 1% da perda de área nativa se deu nessas terras.