Nesta quinta-feira (30), o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) divulgou um levantamento que revela um aumento significativo nas apreensões de drogas nos últimos quatro anos nos estados da região Norte que compõem a Amazônia Legal. O período detalhado corresponde aos quatro anos em que Jair Bolsonaro (PL) presidiu o Brasil e deixou a Amazônia sob responsabilidade do vice, general Hamilton Mourão (Republicanos-RS), que atuou como presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal.
O estudo, intitulado "Cartografias da Violência na Amazônia", destaca que esse aumento é um dos indicativos da expansão das organizações criminosas no Brasil, que têm intensificado suas atividades violentas na região.
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Os dados apresentados pelo FBSP mostram que a Polícia Federal apreendeu 32 toneladas de cocaína nos estados da Amazônia Legal em 2022, representando um aumento de 184,4% em comparação a 2019, quando foram apreendidas 11,3 toneladas. Além disso, a Polícia Rodoviária Federal registrou um crescimento ainda mais expressivo, com 28,6 toneladas apreendidas em 2022, um aumento de 777,4% em relação a 2019 (3,3 toneladas). As polícias estaduais também contribuíram para esse aumento, com o volume de cocaína apreendido saltando de cerca de 7 toneladas em 2019 para 20,4 toneladas em 2022, um aumento de 194,1%.
Surpreendentemente, o estudo destaca que as apreensões realizadas pelo Exército e pela Marinha têm sido modestas em comparação com as forças policiais, totalizando menos de 4 toneladas de cocaína e maconha no último ano.
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Desafios na segurança das fronteiras e a hipótese do aumento da produção de cocaína nos países vizinhos
O FBSP chama atenção para a baixa produtividade das Forças Armadas, que são responsáveis pela segurança das fronteiras na região. Apesar de possuírem mais recursos humanos e equipamentos adequados para atuar nos locais remotos da Amazônia Legal, as apreensões realizadas por esses órgãos representam uma fração mínima em comparação com as forças policiais.
Além do aumento nas apreensões de drogas, o estudo revela outros desafios enfrentados na Amazônia Legal. A taxa de mortes violentas intencionais na região foi 45% superior à média nacional em 2022. O crescimento de facções criminosas, a violência contra indígenas, o feminicídio e os crimes relacionados ao desmatamento e incêndios também foram destacados como preocupações crescentes.