A próxima terça-feira (28) no estado de São Paulo será marcada por nova greve unificada contra o projeto neoliberal de privatizações do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), com adesão dos trabalhadores do transporte público, saneamento básico, educação e assistência socioeducativa, entre outros setores.
Declararam apoio à greve os funcionários do Metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), da Fundação Casa e do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP).
Te podría interesar
A greve será liderada por trabalhadores do Metrô, CPTM e Sabesp, estatais que são alvo do programa de privatizações defendido pelo governador. Os sindicatos das categorias exigem o cancelamento dos pregões de terceirizações do atendimento nas estações e manutenção dos trens na linha 15-Prata e são contra a projeto de privatização do governo, que coloca em eminência a precarização do serviço público.
Governador do estado de São Paulo desde janeiro deste ano, Tarcísio não cita planos de privatização do Metrô e da CPTM e sequer menciona a Sabesp em seu programa de governo, registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Te podría interesar
A APEOESP também declarou paralisação das atividades devido ao posicionamento contrário ao corte de verbas da Educação de 30% para 25%, anunciado por meio de Proposta de Emenda à Constituição Estadual enviada pelo Executivo à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) em outubro. Esta mudança significaria uma redução de R$ 9,3 bilhões no investimento na educação paulista.
Outras reivindicações são: aplicação correta da jornada do piso no salário base; devolução dos valores confiscados dos aposentados; atribuição de aulas justa e transparente; Atividades Pedagógicas Diversificadas (APD) em local de livre escolha; e revogação da Lei Complementar nº 1374/2022, que organiza a estrutura, a carreira e a remuneração do professor de Ensino Fundamental e Médio.
Quais linhas estarão funcionando?
A greve deve afetar o deslocamento da população da região metropolitana de São Paulo, sobretudo nas quatro linhas do Metrô que estarão paralisadas ( 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata) e na maioria das linhas da CPTM (7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade).
Continuarão em funcionamento as linhas privatizadas – 4-Amarela, administrada pela concessionária ViaQuatro, do Grupo CCR; e 5-Lilás, 8-Diamante e 9-Esmeralda, geridas pela concessionária ViaMobilidade, também do Grupo CCR.
Na greve do dia 3 de outubro, a linha 9-Esmeralda enfrentou falha técnica e operou com irregularidades. Uma pane elétrica afetou a circulação dos trens durante a paralisação das linhas estatais.
O que diz o governo
Em nota, o governo do estado decretou ponto facultativo para mitigar efeitos da greve, tendo em vista a decisão do governador em não aceitar a operação do Metrô com "catracas livres", isto é, a liberação das catracas no dia da greve sem a cobrança da tarifa do transporte público.
"A medida visa a reduzir os prejuízos à população, garantindo a remarcação de consultas, exames e demais serviços que estavam agendados para a data da greve", diz o comunicado do governo a respeito da decisão, que será publicada no Diário Oficial do Estado.
Leia a nota na íntegra:
O Governo de São Paulo determinou ponto facultativo em todos os serviços públicos estaduais da capital nesta terça-feira (28), em função da paralisação prevista por sindicatos de trabalhadores do Metrô, CPTM e Sabesp. A medida visa a reduzir os prejuízos à população, garantindo a remarcação de consultas, exames e demais serviços que estavam agendados para a data da greve. As linhas concedidas do metrô e trens vão funcionar normalmente nas Linhas 4-Amarela, 5-Lilás, 8-Diamante e 9-Esmeralda.
O decreto que oficializa o ponto facultativo será publicado no Diário Oficial do Estado. Os serviços de segurança pública não serão afetados, assim como os restaurantes e postos móveis do Bom Prato, que vão continuar a oferecer normalmente as refeições previstas para terça.
As consultas em Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) da capital e em outras unidades de saúde estaduais terão seus reagendamentos garantidos, assim como nos postos do Poupatempo.
Mais de 1,2 milhão de estudantes inscritos no Provão Paulista, cujo exame começaria amanhã (28), tiveram suas provas reagendadas para a partir do dia 29 para que não fossem prejudicados pela ação dos grevistas. Entre eles, estão cerca de 1,7 mil alunos de outros estados e de fora da rede estadual que agora terão de arcar com novos custos em razão da greve. Os profissionais da educação estão excepcionalmente excluídos do ponto facultativo, já que estarão envolvidos na preparação do Provão que ocorre dia 29.
Por determinação da Justiça, 70% dos trens da CPTM deverão operar nos horários de pico e 50% nos demais períodos, sob pena diária de R$ 30 mil ao sindicato. O Governo de São Paulo também protocolou um pedido de tutela antecipada na Justiça contra a paralisação pelos metroviários. O pedido do Metrô, que ainda aguarda decisão final do judiciário, obriga a presença de 100% dos funcionários do sistema de transporte durante os horários de pico e de pelo menos 80% no restante do dia.