O autor do ataque a tiros à Escola Estadual Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo, que matou uma aula e deixou outros dois estudantes feridos, tinha publicações de cunho racista e nazistas nas redes sociais, segundo a Polícia Civil.
De acordo com a própria mãe do aluno, de 16 anos, ele tinha gravado e divulgado um vídeo em que aparece com uma suástica desenhada na bochecha. Confrontado, ele disse que não sabia que aquele era um símbolo nazista.
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Já na rede social X (antigo Twitter), o adolescente fez um outro post, com ataques racistas a uma mulher que teria criticado seus amigos. "Essa puta preta macaca", disse.
Ainda de acordo com a mãe, o menino costumava postar vídeos na internet com frequência e tinha muitos seguidores. O adolescente chegou até a negociar a gravação de uma música, mas o projeto foi cancelado após a publicação da imagem com o símbolo da suástica.
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A apuração policial também constatou que o jovem se automutilou na coxa com um símbolo da suástica. Para os policiais, o objetivo seria ganhar pontos em um grupo que se integrava na internet. A mãe afirmou não ter conhecimento dessa marca, mas o garoto admitiu que se mutilou com uma lâmina de barbear.
Agressões
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o aluno responsável pelo ataque aparece apanhando de um grupo de estudantes. De acordo com os alunos, o adolescente era alvo de bullying e homofobia.
Em abril deste ano, a mãe fez um boletim de ocorrência denunciando as agressões, que aconteciam tanto na escola quanto fora do colégio. Segundo o documento, o adolescente tinha “grupos rivais” nas redes sociais, e costumava receber ameaças online. No TikTok e no Instagram, ele chegou a publicar um vídeo chorando após sofrer violência física.
O advogado do aluno afirmou que essas agressões foram a motivação para o crime. "Ele me narrou que já não estava mais aguentando essa situação de homofobia que ele sofria na escola, resolveu pegar uma arma de fogo que estava na casa do pai dele, arma que pegou escondida, sem a ciência do pai, e veio para a casa da mãe, sem que a mãe tivesse conhecimento", disse.
A Polícia Civil ainda investiga os motivos para o ataque e considera que o adolescente pode não ter agido sozinho, já que participava de comunidades no Discord, plataforma com denúncias de abusos sexuais e agressões contra jovens.