A Polícia Militar de São Paulo, após ser confrontada com reportagem da Fórum, informou que vai apurar o porquê um bolsonarista que agrediu uma mulher no centro da capital paulista não foi preso.
A agressão ocorreu na última sexta-feira (6). Débora Natali voltava de um supermercado na movimentada avenida Angélica quando viu um grupo de bolsonaristas partindo de forma agressiva para cima de uma idosa que segurava uma bandeira em alusão ao presidente Lula (PT). Esses radicais participavam de uma carreata com escolta da PM e, ao avistar Débora tentando proteger a mulher, um homem saltou de um dos carros a agrediu com socos e empurrões. Ele ainda portava, de forma ameaçadora, um objeto com formato de vara.
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À Fórum, Débora Natali disse que a PM presenciou toda a agressão, mas apenas escoltou o agressor até seu carro e o liberou. "Os policiais estavam vendo tudo e deixaram ele entrar dentro do carro. Estou até sem voz porque gritei muito pedindo para que parassem ele, afinal ele tinha agredido duas mulheres, que fizessem alguma coisa. E os policiais não fizeram absolutamente nada", revelou.
A princípio, em nota enviada à Fórum no sábado (7), a PM informou que sua equipe "constatou que houve desentendimento entre as partes, mas a situação teria sido resolvida. Por este motivo, não houve detenções". A versão foi contestada tanto por Débora, a agredida, quando por testemunhas. Vídeos divulgados pela reportagem também mostram que não houve ação efetiva dos policiais para evitar as agressões e que eles chegaram a escoltar o agressor até seu carro, antes de liberá-lo.
Neste domingo (8), Fórum veiculou uma nova matéria informando que o deputado estadual Emidio de Souza (PT-SP) protocolou ofício junto à Corregedoria da PM cobrando apuração do caso e punição aos policiais que protegeram o bolsonarista. A corporação, então, enviou uma nova nota oficial, desta vez dizendo que viu "as imagens completas".
"A Polícia Militar esclarece que após tomar conhecimento das imagens completas da ocorrência, mostradas pela reportagem, determinou ao Batalhão ao qual pertence os policiais militares a apuração dos fatos, bem como o motivo pelo qual não foi conduzido ao distrito policial o autor da agressão verificada na filmagem", diz o comunicado.
Vítima tenta identificar agressor
Sem auxílio da polícia, Débora Natali vem reunindo vídeos e outras evidências para tentar garantir a punição ao agressor liberado pela corporação. Ela pretende levar o material nesta segunda-feira (9) a uma delegacia da capital paulista.
Marido de Débora, Thiago Nascimento publicou nas redes sociais, na noite deste sábado (8), uma foto com a suposta identidade do bolsonarista.