Com pelo menos sete perfis no Facebook - e um no Instagram, que foi apagado -, Wilho Silva Brito, que foi preso por ofensas contra negros e gays na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo, nesta terça-feira (2) ostentava imagens macabras e símbolos do regime nazista de Adolph Hitler na Alemanha.
Em um dos perfis mais recentes, criado em agosto de 2021, Wilho tem como imagem de capa a reprodução de um calendário de 1938 da revista Neues Volk [Novo povo, em tradução livre do alemão], publicação do Escritório de Política Racial na Alemanha nazista.
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A revista foi fundada pelo médico Walter Gross, um dos idealizadores da tese da excelência da raça ariana e responsável pela política de esterilização em massa de judeus, poloneses e outros grupos considerados "impuros" e inimigos do Reich.
Em outro perfil, de 2015, Wilho compartilha imagens de pessoas com máscaras de gás, além de figuras macabras, como do personagem Jason, da série de filmes Sexta-Feira 13.
Wilho também compartilha uma foto com um homem vestido como os músicos da banda de heavy metal Kiss.
Prisão
Wilho Silva Brito foi preso na tarde desta terça-feira (2) após uma série de declarações racistas, homofóbicas e de referência ao nazismo.
Além de atacar negros e homossexuais dentro da biblioteca, ele carregava um exemplar do livro "Minha Luta" (Mein Kampf), de Adolf Hitler, o chanceler da Alemanha nazista.
Em nota enviada à Fórum, a secretaria municipal de Cultura, responsável pela biblioteca, repudiou o ocorrido e informou que o homem foi conduzido à 77ª Delegacia de Polícia da capital paulista, onde foi lavrado um boletim de ocorrência por racismo.
A reportagem entrou em contato com a delegacia e foi informada que o homem de fato está detido no local e que permanecerá preso até audiência de custódia.
A denúncia foi feita por meio de um vídeo nas redes sociais que mostra o rapaz proferindo falas racistas e homofóbicas na Biblioteca Mário de Andrade, equipamento público vinculado à secretaria municipal de Cultura da capital paulista.
"Não gosto de negro. A cultura deles é uma bosta. Se prestassem, não eram discriminados pela sociedade", afirmava o racista em meio a inúmeros outros impropérios preconceituosos, enquanto outros presentes na biblioteca o questionavam.
"Não gosto de negro, quem gosta de macaco é zoológico", dizia ainda, direcionando ofensas também contra homossexuais que, segundo ele, teriam o assediado. "Não sou obrigado a chupar rol* no banheiro público", declarava.
Assista ao vídeo