O servidor da Fundação Nacional do Índio (Funai), Bruno Pereira, e o jornalista inglês Dom Phillips, correspondente do The Guardian no Brasil, estão desaparecidos na Amazônia desde domingo (5).
Em entrevista ao SBT News nesta terça-feira (8), o presidente Bolsonaro classificou o trabalho de campo feito por Bruno Pereira e Dom Phillips como "aventura perigosa" e insinuou que ambos podem ter sido executados.
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Essa não é a primeira vez que Pereira e Phillips se tornam alvos dos ataques de Bolsonaro. Em 2019, ano em que Bruno Pereira foi exonerado de seu cargo na Funai após confrontar garimpeiros e ruralistas ligados ao governo federal, Phillips participou de uma coletiva de imprensa e questionou o presidente sobre o desmatamento na Amazônia e a relação de Ricardo Salles, então ministro do Meio do Ambiente, com madeireiro.
De maneira agressiva, Bolsonaro ataca o jornalista e afirma que nenhum país do mundo pode falar sobre a Amazônia. "Primeiro você tem que entender que a Amazônia é do Brasil, não é de vocês. A primeira resposta é essa daí, tá certo? [...] se o que vocês falam sobre o desmatamento na Amazônia fosse, verdade, não existiria mais nada. Nenhum país do mundo tem moral para falar da Amazônia", disse Bolsonaro.
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Justiça determina que governo federal disponibilize helicópteros para a realização da busca
A Justiça Federal da 1ª Região determinou nesta quarta-feira (8) que o governo Bolsonaro disponibilize "imediatamente" helicópteros, embarcações e equipes de buscas da Polícia Federal e da Forças Armadas para atuarem na busca de Bruno Pereira e Dom Phillips.
A juíza federal Jaiza Pinto Fraxe, em sua decisão, afirma que há omissão do governo Federal no que diz respeito à proteção do Atalaia do Norte. "O cerne da questão é a omissão do dever de fiscalizar as terras indígenas e proteger os povos indígenas isolados e de recente contato. A não identificação do paradeiro das duas pessoas representa a um só tempo a perda de duas vidas e a perda da chance probatória.