COMPLEXO PENITENCIÁRIO DA PAPUDA

Mulheres na Papuda são obrigadas a trocar sexo por dívidas de seus parentes presos

Caso, de acordo com a coluna Na Mira, do Metrópoles, envolve mães, irmãs e até mesmo avós dos apenados

O Complexo Penitenciário da Papuda.Créditos: Reprodução de Vídeo
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De acordo com denúncias de policias do Complexo Penitenciário da Papuda, em São Sebastião (DF), mulheres parentes de apenados em dívida são obrigadas a manter relações sexuais com os presos para os quais eles devem.

A denúncia é da coluna Na Mira, do Metrópoles, que conversou com policiais penais, sob a condição de anonimato. De acordo com os depoimentos, as abordagens ocorrem nos dias de visita. Traficantes poderosos se interessam por parentes mulheres parentes de presos.

“Eles reparam que um apenado tem uma irmã bonita, ou mãe que chama a atenção, e passam a aliciá-lo. Oferecem algumas facilidades dentro da prisão, que pode ser até mesmo a compra de um lanche melhor na cantina. O objetivo é fazer com que esse interno fique em dívida. Na maioria das vezes, esses presos não conseguem pagar e são coagidos a levar essas mulheres para ter encontros íntimos com outros internos”, contou um policial.

Jovem de 19 anos

Uma jovem de 19 anos disse à reportagem que o irmão, detido por tráfico de drogas, foi agredido e ameaçado dentro do complexo. Para o irmão não ser morto, ela teve que se encontrar com o agressor.

“Ele disse que bastava um encontro com um colega de cela. Estava sem comer há alguns dias e tinha medo de que dessem um sumiço nele lá dentro. Nossa família é simples, minha mãe está desempregada e quase não temos condições de levar os itens básicos à Papuda. Fiz por ele, para proteger. Dentro do banheiro, permiti que ele me tocasse, mas não passou disso”, contou a jovem, que pediu para não ser identificada.

O que diz a Administração Penitenciária

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape) esclareceu por meio de nota que, de acordo com as regras vigentes, para realização da visita íntima é necessária a apresentação de documentação comprovando vínculo.

“Cumpre mencionar que desde março de 2020 as visitas íntimas estão suspensas em decorrência da pandemia. O atual modelo de visita social não permite que tais práticas ocorram pois os lugares para visitantes e custodiados sentarem são pré-determinados. Além disso, as visitantes utilizam banheiros fora do pátio e não são permitidas movimentações e aglomerações”, destaca a pasta.

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