CAIU NA REDE

Médico infectologista grava sexo sem proteção em consultório e divulga nas redes

Ativista no combate à disseminação do HIV/Aids lamenta a postura do profissional de medicina: "atrapalha todo o trabalho que fazemos sobre conscientização do ato sexual com proteção", diz Christiano Ramos

O médico infectologista também ministra palestras sobre DSTsCréditos: Reprodução / Divulgação redes sociais
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Um médico Infectologista do Distrito Federal virou alvo de investigação do Conselho Regional de Medicina (CRM-DF) após o órgão tomar conhecimento de uma série de imagens em que o especialista supostamente fazia sexo com pacientes e até colegas de profissão nas dependências do consultório em que atendia. 

As cenas explícitas são publicadas pelo profissional de saúde em uma conta que mantém no Twitter, autodenominada “PeludoAN” (abreviação para Asa Norte, bairro de classe média alta de Brasília). 

Identificado como Lino Neves, o infectologista gosta de expor o próprio fetiche de fazer sexo dentro do consultório. Durante as filmagens, o médico fazia questão de usar jaleco e estetoscópio, no entanto, para garantir que as cenas foram feitas no local de trabalho, no decorrer do plantão.

 Após registrar as relações sexuais com outros homens, seja por foto ou vídeo, ele compartilha o conteúdo pornográfico no perfil, com direito a legendas picantes. “Consultório me dá um tesão da p*”, diz o médico na autodescrição na rede social.

Em um dos vídeos expostos, o especialista em infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) engole o sêmen de um suposto enfermeiro.

“Se tem mamada, tem leitada. Tá aí o final da mamada com o enfermeiro no meio do plantão..[sic]", escreveu o médico na publicação do vídeo.

Por uma questão de respeito ao leitor, o conteúdo explícito do material não foi publicado nesta reportagem. 

Nesta terça-feira (24), o administrador da unidade de saúde informou que o especialista havia sido desligado do corpo médico da instituição particular. “O Dr. Lino não trabalha mais na clínica, e sobre essa denúncia no CRM, não tenho conhecimento nem fui notificado”, afirmou Josué Cardoso ao portal Metrópoles.

Conselho Regional de Medicina (CRM-DF) ,por sua vez, adiantou que um procedimento vai apurar a conduta ética do profissional de saúde, porém de forma sigilosa. “O CRM-DF investigará a denúncia através de uma sindicância. O procedimento correrá em sigilo para verificar se há indícios de infração ética”, afirmou.


Irresponsabilidade  


Ativista no combate à disseminação do HIV/Aids, Christiano Ramos, que preside a organização não governamental Amigos da Vida, lamentou postura do profissional de medicina. Segundo ele, a prática, por mais que seja consentida, reforça a combatida irresponsabilidade sobre o sexo sem proteção.

“Mesmo que seja com consentimento, acho um verdadeiro absurdo essa prática. Primeiro, por estar em ambiente médico, onde a intenção é tratar as patologias. Segundo, porque outros pacientes estarão naquele ambiente logo em seguida. E, por fim, o paciente e quem consome aquele material na internet naturaliza ainda mais o sexo não seguro, o que atrapalha todo o trabalho que fazemos sobre conscientização do ato sexual com proteção”, lamentou.