O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) levou uma "porta na cara" do Supremo Tribunal Federal (STF) ao tentar acompanhar a sessão de julgamento, nesta quarta-feira (20), da ação penal contra seu colega Daniel Silveira (PTB-RJ), que responde por ataques a ministros da Corte.
O filho de Jair Bolsonaro foi impedido de acompanhar o julgamento no plenário do STF devido a uma resolução que proíbe a entrada de qualquer pessoa que não sejam os advogados das partes envolvidas no processo. Por este mesmo motivo, o próprio Silveira foi barrado da sessão.
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"Eu iria acompanhar a sessão de julgamento do Dep. Daniel Silveira no STF. Mas uma resolução da corte impediu minha entrada e a dele também. Só no Brasil o réu é proibido de acompanhar o seu próprio julgamento. Isso não fere o direito à ampla defesa?", reclamou Eduardo Bolsonaro através das redes sociais.
Na verdade, a resolução não fere o direito de ampla defesa, como questionado pelo deputado, pois os advogados de Silveira participarão do julgamento.
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Assista ao momento em que Eduardo e Silveira são barrados na porta do STF
Relembre o caso Daniel Silveira
Na ação que vai a julgamento e pode por fim a seu mandato, o deputado federal Daniel Silveira responde por agressões verbais e graves ameaças contra os integrantes do Supremo em três ocasiões; incitar o emprego de violência e grave ameaça para tentar impedir o livre exercício dos Poderes Legislativo e Judiciário por duas vezes; além de estimular a animosidade entre as Forças Armadas e o STF, ao menos uma vez.
No entendimento da Procuradoria-Geral da República (PGR), os ataques de Silveira tinham "interesse próprio". No dia 18 de fevereiro de 2021, o deputado foi preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes, que é o relator da ação, após divulgar vídeo nas redes com ameaças a ministros do Supremo.
Ele chegou a ser solto um mês depois, mas voltou para a prisão em junho após "inúmeras violações ao monitoramento eletrônico".
Solto em novembro, ele voltou a usar tornozeleira eletrônica no dia 25 de março após descumprir ordens do STF e frequentar eventos públicos. Antes de colocar o aparelho, ele foi a evento no Planalto, onde recebeu o apoio de Jair Bolsonaro (PL).