POLÍTICA

Ministros do STF manobram para isolar André Mendonça em ação de Daniel Silveira

Maioria tende a acompanhar o relator, Alexandre de Moraes, que será o primeiro a votar pela condenação do parlamentar por ameaças ao STF.

Jair Bolsonaro e Daniel SilveiraCréditos: Reprodução Twitter
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Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF)  já preparam uma estratégia para isolar o bolsonarista André Mendonça no julgamento da ação penal contra o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), marcado para esta quarta-feira (20). 
A ideia, segundo reportagem do UOL é antecipar os votos caso André Mendonça peça vistas e suspenda o julgamento da ação penal, já que a maioria dos ministros tende a acompanhar o relator, Alexandre de Moraes, que será o primeiro a votar pela condenação do parlamentar por ameaças ao STF . 

Do outro lado, o  presidente Jair Bolsonaro (PL) já transmitiu o recado para André Mendonça e Kassio Nunes, indicados por ele à Suprema Corte, de que espera "lealdade" de ambos no julgamento do deputado Daniel Silveira (União Brasil). 
O presidente quer que um deles peça vista do processo, dessa maneira, o julgamento é suspenso e Daniel Silveira ganharia tempo para  participar das eleições deste ano, na qual pretende disputar o Senado pelo Rio de Janeiro. 
Porém, se o deputado for condenado pelo STF será enquadrado na Lei da Ficha Limpa e ficará inelegível. 


Relembre o caso


Silveira foi preso em fevereiro de 2021, depois de divulgar um vídeo com ameaças aos ministros do STF. O bolsonarista passou por regime domiciliar, acabou solto em novembro, mas ficou submetido a uma série de medidas cautelares, como proibição de acesso às redes sociais e de contato com outros investigados nos inquéritos das fake news e das milícias digitais.
Mesmo assim, o deputado voltou a atacar o STF. Disse, inclusive, que “está ficando complicado” para Moraes continuar vivendo no Brasil.

No dia 26 de março, o ministro determinou o uso de tornozeleira eletrônica pelo deputado e o proibiu de participar de eventos públicos. Porém, o bolsonarista declarou que não cumpriria a determinação.
Ele passou a noite no plenário da Câmara dos Deputados, argumentando que a polícia não poderia forçá-lo a colocar a tornozeleira sem autorização de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Casa.

Depois da nova decisão de Moraes, Silveira resolveu voltar para casa e compareceu à Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal para instalação da tornozeleira eletrônica.
 

Com informações do UOL