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Na linha de Mamãe Falei, Bolsonaro já sugeriu turismo sexual no Brasil; relembre

“Quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade”, disse o presidente em 2019

Arthur do Val, o "Mamãe Falei", e Jair Bolsonaro.Créditos: Reprodução
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Muito antes do deputado estadual Arthur do Val (Podemos), o "Mamãe Falei", objetificar mulheres ucranianas em situação de vulnerabilidade e sugerir turismo sexual na região, o presidente Jair Bolsonaro (PL) já tinha feito algo parecido no Brasil. 

Em abril de 2019, no seu terceiro mês de mandato, o chefe do Executivo, durante café da manhã com jornalistas, disse que o Brasil não poderia ser um país do "turismo gay" e disparou: "Quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade". 

À época, a declaração do presidente gerou repúdio de dezenas de entidades e, inclusive, de governos estaduais. "O Maranhão está à disposição dos turistas. A mulher maranhense, não!”, dizia, por exemplo, uma peça publicitária do governo do Maranhão divulgada como resposta à fala de Bolsonaro. 

Já Arthur do Val, durante passagem pela Ucrânia para "cobrir" a guerra, na última sexta-feira (4), afirmou que as mulheres ucranianas refugiadas "são fáceis porque são pobres" e sugeriu voltar ao país leste europeu com objetivos sexuais.

Não à toa, Arthur do Val foi apoiador de Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral e o primeiro ano de mandato do atual presidente. 

Mamãe Falei diz que mulheres da Ucrânia "são fáceis porque são pobres"

O áudio repugnante e repleto de machismo que foi vazado nesta sexta-feira (4) teria sido encaminhado a membros do MBL. "Elas olham. Vou te dizer, elas são fáceis porque elas são pobres. Aqui, cara, minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Funciona demais. Depois eu conto a história. Nossa velho! Não peguei ninguém, mas colei em duas minas, que a gente não tinha tempo", diz Arthur em um trecho do áudio. Ele foi à Ucrânia para "cobrir" a guerra com a Rússia. 

"Você tem que ir para as cidades normais, porque você pega as minas assim, não na balada, na praia. Você pega ela no mercado. Você pega ela na padaria. Que nem a recepcionista do hotel que deu em cima de mim aqui (...) E eu nem peguei ninguém aqui. Só a sensação de que eu poderia fazer, enfim, já sabem. Já estou comprando minha passagem pro Leste Europeu no ano que vem. Assim que eu chegar em São Paulo”, diz ainda, sugerindo turismo sexual

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