MAMÃE PISEI

Namorada de Mamãe Falei termina relacionamento após áudio sobre mulheres da Ucrânia

Giulia Blagitz, agora ex-companheira do deputado estadual ultrarreacionário de SP, anunciou fim do relacionamento depois dos comentários dele sobre ucranianas que fogem da guerra

Deputado Arthur do Val, o Mamãe Falei (YouTube/Reprodução).
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A namorada do deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP), conhecido pela alcunha de Mamãe Falei, Giulia Blagitz, anunciou nas redes sociais que terminou o relacionamento com o parlamentar de extrema direita. Embora não tenha mencionado a razão da ruptura, a decisão dela vem após vazarem áudios do valentão, que foi à guerra da Ucrânia, fazendo comentários indecorosos e desumanos sobre as refugiadas daquele país que tentam de todas as maneiras escapar da carnificina provocada pela invasão russa.

“Em respeito a todos os meus seguidores que também seguiam o Arthur gostaria de deixar claro que seguiremos caminhos distintos. Infelizmente a vida é imprevisível e muitas vezes nos leva por caminhos que não compreendemos. Mas de uma coisa podem ter certeza: o amor foi real e sempre será. Obrigada por tudo que vivemos”, escreveu Giulia no stories do Instagram, com uma foto do casal se beijando de fundo.

Suposto áudio é estarrecedor

Um áudio repugnante associado ao deputado estadual Arthur do Val (Podemos), conhecido como "Mamãe Falei", repleto de machismo, foi vazado nesta sexta-feira (4), O áudio teria sido encaminhado a membros do Movimento Brasil Livre (MBL) e, nele, a voz que seria a do parlamentar que está na Ucrânia, afirma que as mulheres ucranianas "são fáceis porque são pobres"

"Elas olham. Vou te dizer, elas são fáceis porque elas são pobres. Aqui, cara, minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Funciona demais. Depois eu conto a história. Nossa velho! Não peguei ninguém, mas colei em duas minas, que a gente não tinha tempo", diz um trecho do áudio. 

Mamãe Falei e o coordenador do MBL, Renan Santos, foram à Ucrânia para "cobrir" a guerra. Na quinta-feira (3), ambos postaram fotos, orgulhosos, preparando coquetéis molotov para serem atirados nas tropas russas. 

No áudio atribuído ao parlamentar ainda é feita uma comparação entre as filas de refugiadas ucranianas, que só teriam "deusas", e as filas de baladas em São Paulo. 

"Você tem que ir para as cidades normais, porque você pega as minas assim, não na balada, na praia. Você pega ela no mercado. Você pega ela na padaria. Que nem a recepcionista do hotel que deu em cima de mim aqui (...) E eu nem peguei ninguém aqui. Só a sensação de que eu poderia fazer, enfim, já sabem. Já estou comprando minha passagem pro Leste Europeu no ano que vem. Assim que eu chegar em São Paulo”, diz ainda, sugerindo turismo sexual

Nem Arthur do Val e nem MBL se pronunciaram, até a publicação desta matéria, sobre os áudios vazados. 

Veja a transcrição dos áudios:

“Ah, cara, detalhe: Elas olham. Vou te dizer, elas são fáceis porque elas são pobres. Aqui, cara, minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Funciona demais. Depois eu conto a história. Nossa velho! Não peguei ninguém, mas colei em duas minas, que a gente não tinha tempo.

Essas minas em São Paulo a gente dá bom dia e elas iriam cuspir na nossa cara. Aqui elas são super simpáticas e gente boa. É inacreditável”.

“Assim, elas são ‘gold diggers’, é assim que se chama. O Renan [Santos] faz uma viagem todo ano, que nos últimos três anos ele não fez. Chama-se ‘tour the blonde’. O que ele faz? Ele viaja os países só para pegar loiras. Só que ele tem técnicas. Ele já está avançado. E ele me deu algumas dicas.

Você nunca pode ir em cidades litorâneas. Você nunca pode ir nas cidades com as maiores baladas. Você tem que ir para as cidades normais, porque você pega as minas assim, não na balada, na praia. Você pega ela no mercado. Você pega ela na padaria. Que nem a recepcionista do hotel que deu em cima de mim aqui.

Falei: ‘meu Deus, não é possível que isso esteja acontecendo. É uma mentira, um filme. Não é possível que esteja acontecendo’. E é isso. E essas cidades mais pobres são as melhores. Juro por Deus. É outro mundo. Tenho 35 anos e nunca vivi isso.

E eu nem peguei ninguém aqui. Só a sensação de que eu poderia fazer, enfim, já sabem. Já estou comprando minha passagem pro Leste Europeu no ano que vem. Assim que eu chegar em São Paulo”.