CONSERVADOR

Bolsonarista que viu pedofilia em filme de Danilo Gentili já deu dica de depilação anal

Deputado estadual cearense também publicou vídeo em que simulava cheirar cocaína. Ele se apresenta como conservador armamentista

Deputado bolsonarista André Fernandes ensinando a fazer depilação anal (YouTube/Reprodução).
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O deputado estadual cearense André Fernandes (PL), primeira figura do bolsonarismo a acusar a comédia “Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola” de pedofilia, por conta de uma cena em que o humorista Fábio Porchat manda dois adolescentes masturbá-lo, já gravou vídeos e postou no YouTube ensinando seus seguidores a fazer depilação no ânus e simulando cheirar cocaína.

A polêmica em torno do longa, que foi lançado em 2017 e agora, em fevereiro de 2021, estreou na Netflix, que também conta com a participação de Danilo Gentili, ganhou grande repercussão após o secretário nacional de Cultura, Mario Frias, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro  (PSL-SP) fazerem alarde nas redes, com os típicos argumentos demagógicos e cinicamente conservadores, pedindo censura à obra, embora ela esteja regularmente posicionada dentro da classificação indicativa preconizada pelo próprio governo de extrema direita de Jair Bolsonaro.

André Fernandes, pioneiro na ladainha pseudoconservadora em torno da cena, justificou os vídeos em que aparece dando dicas de depilação perianal e cheirando um pó branco (segundo ele, era sal) dizendo que foram feitos quando ele “era adolescente e youtuber”. Ele até publicou, em 2021, um novo vídeo fazendo piada com suas antigas performances nada conservadoras, muito menos alinhadas às práticas da “família tradicional brasileira”.

Entenda o caso

O filme "Como se Tornar o Pior Aluno da Escola", roteirizado por Danilo Gentili e com atuação do humorista Fabio Porchat, entrou na mira de bolsonaristas cinco anos após o seu lançamento. O longa, disponível na Netflix, tem sido acusado de promover a pedofilia devido a uma cena em que o personagem de Porchat tenta abusar dos protagonistas, dois adolescentes.

Na cena, o adulto sugere que as crianças "parem de brigar" e diz que o que aconteceu entre eles pode ser esquecido se eles "baterem uma punheta para o tio". "É super normal, vocês têm que abrir a cabeça de vocês. Uma juventude retrógrada", afirma.

As críticas ao longa começaram após o deputado bolsonarista André Fernandes (PL) publicar um vídeo revoltado em suas redes sociais mostrando o trecho do filme e dizer que, por causa da classificação indicativa de 14 anos, naturalizava a pedofilia e chamava crianças que não aceitassem o abuso do adulto de "retrógradas".