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Gasto de Bolsonaro passa de R$ 3,5 mi com petiscos e bebidas em avião presidencial

As informações são de levantamento feito pelo deputado federal Elias Vaz (PSB-GO). Ele também divulga o que chamou de “farra do cartão corporativo” e o gasto para inaugurar uma ponte quase três vezes superior ao custo de construção. As denúncias estão sendo encaminhadas ao TCU

Petiscos caros.Bolsonaro no avião presidencial em Divinópolis (MG), onde teve compromisso de campanha em outubro deste ano. Créditos: Divulgação
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O gasto de mais de R$ 3,5 milhões com alimentação do presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus assessores no avião presidencial durante os quatro anos de governo é o mais novo escândalo do governo que definha junto com seu presidente, ainda em silêncio passadas mais de duas semanas das eleições. O dado principal, entretanto, é que a maior parte do valor foi utilizada justamente neste ano eleitoral.

A partir do Portal da Transparência, o deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) apurou que o consumo de petiscos e bebidas no avião presidencial de 1º de janeiro de 2019 até 14 de novembro de 2022, chegou a R$ 3.580.320,06. Deste total, R$ 1.183.459,95 foram gastos neste ano, entre janeiro e novembro.

A quantia supera a conta dos anos anteriores de governo. Confira o gasto com alimentação no avião presidencial ano a ano:

Fonte: elaborado a partir de informações fornecidas pelo dep. fed. Elias Vaz, coletadas junto ao Portal da Transparência.

Refestelamento

"Esses valores absurdos colocam em xeque a imagem que o presidente quer passar, de um homem simples, que come farofa na rua, que gosta de macarrão instantâneo e leite condensado. A grande verdade é que, enquanto 33 milhões de brasileiros passam fome, Bolsonaro está se refestelando com banquetes no avião. É revoltante", afirmou o deputado em sua conta do Twitter.

A empresa que fornece os produtos foi contratada após licitação ainda durante o governo Michel Temer, em 2017, e teve seu contrato adiado por diversas vezes. Entre os itens adquiridos pela União estão refeições prontas, salgados, sanduíches e petiscos, como castanhas, barras de cereais e frios, além de frutas, bebidas, doces e gelo, conforme informações do Portal UOL.

Cartão corporativo

Vaz já havia denunciado gastos absurdos também no cartão corporativo utilizado pelo presidente Bolsonaro, tendo denunciado há alguns dias um aumento de 108% nos gastos com este instrumento durante o período eleitoral, em relação aos meses de agosto, setembro e outubro do ano anterior. O montante nesses três meses chegou a R$ 9,1 milhões, ou seja, cerca de R$ 3 milhões por mês, em média. De acordo com Vaz, o gasto médio mensal em 2021 era de aproximadamente R$ 1,5 milhões.

O parlamentar de Goiás denuncia a “farra do cartão corporativo” em suas redes e informa que solicitou à Câmara pedido de investigação junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), a fim de "detectar se houve abuso no período eleitoral com recursos públicos". Demandou, ainda, que seja analisado o motivo do aumento de despesas e se as faturas fornecidas coincidem com a agenda de campanha.

Caso da ponte

Em agosto deste ano o deputado registrou mais um caso suspeito, resultado de seu trabalho de fiscalização das contas públicas. Em pleno período eleitoral, o parlamentar identificou que o presidente Bolsonaro onerou os cofres públicos em R$ 711.795,63 para inaugurar uma ponte cuja construção custou R$ 255.174,38. O gasto para a inauguração está discriminado em diárias, transporte terrestre e telefonia.

“Gastar três vezes mais na inauguração do que o valor da própria obra inaugurada, se constitui um verdadeiro absurdo e um desperdício do dinheiro público. Também caracteriza, claramente, o rompimento de um princípio básico da gestão pública, que é o princípio da economicidade. Por isso nós estaremos provocando o Tribunal de Contas da União, para que faça uma investigação sobre este fato”, denunciou o deputado em vídeo postado em sua conta do Twitter em que constam as informações apuradas.