Na quarta (11) e quinta-feira (12) foram divulgadas três pesquisas de intenções de voto de alguns dos mais importantes institutos do país a respeito da disputa pela prefeitura de São Paulo. E não só os resultados foram distintos como as tendências também foram divergentes. Afinal, o que poderia justificar os resultados tão diferentes?
Primeiro, há o período da coleta de dados dos levantamentos. A Atlas Intel realizou entrevistas entre os dias 5 e 10 de setembro, já a Quaest realizou sua pesquisa com abordagens pessoais entre 8 e 10 de setembro, enquanto o Datafolha foi às ruas entre 10 e 12 de setembro. Foram captados momentos distintos das campanhas, o que poderia justificar as diferenças dos dados entre as sondagens.
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Mas e quanto às tendências? No Atlas Intel e Quaest, por exemplo, Pablo Marçal (PRTB) sobe oito pontos em cada levantamento, enquanto no Datafolha ele oscilou negativamente três pontos.
A periodicidade de realização das pesquisas, no entanto, é diferente, o que impede que as tendências de subida ou de descida sejam comparadas. O penúltimo levantamento Atlas Intel foi realizado em 21 de agosto e o da Quaest, em 28 de agosto. Já o Datafolha, antes da pesquisa divulgada nesta quinta, tinha feito outra em 5 de setembro, sendo a mais recente das três. Assim, cada uma analisou as tendências também em momentos distintos.
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Metodologia das pesquisas
Além de terem sido realizadas em períodos divergentes, com os últimos levantamentos de cada um sendo realizados em semanas diferentes, há ainda a questão da metodologia.
A Atlas Intel utiliza o chamado Recrutamento Digital Aleatório (Atlas RDR). A seleção dos entrevistados acontece durante a navegação do usuário pela internet, com geolocalização por meio de qualquer dispositivo que ele utilize. Depois da coleta aleatória, é realizado um processo de ajuste amostral para que o resultado final se assemelhe à composição da população no município.
O CEO do instituto, Andrei Roman, defendeu este método nesta matéria do portal Uol., afirmando que isto impede "o impacto psicológico do contato do entrevistador com o entrevistado".
Tanto a Quaest quanto o Datafolha adotam a abordagem por meio de entrevistas pessoais. A diretora do Datafolha, Luciana Chong, defende o método presencial. "O acesso é quase universal, mas o letramento digital ainda não atinge todos os segmentos", afirma ela, também ao Uol, sobre o método de coleta na internet.
Quem chegou mais perto do resultado em 2020
Nas últimas eleições para prefeito de São Paulo, o primeiro turno teve o então prefeito e candidato à reeleição Bruno Covas (PSDB), terminando o primeiro turno com 32,9%. Guilherme Boulos (PSOL) teve 20,2%, com Marcio França (PSB) alcançando 13,6% e Celso Russomanno (Republicanos) chegando a 10,5%. Estes percentuais se referem a votos válidos e os institutos de pesquisa só tradicionalmente só divulgam dados neste formato, que exclui brancos, nulos e indecisos, na última semana antes da realização das eleições.
Em seu último levantamento antes da realização do primeiro turno em 2020, o Datafolha trazia Bruno Covas com 37% dos válidos;
Guilherme Boulos tinha 17%; Márcio França, 14%, e Celso Russomanno,13%.
Já a sondagem do instituto Atlas em São Paulo tinha Covas chegando a 30,6% dos válidos; Boulos, com 17,9%; Russomanno, 16,3%, e França, 13,2%. A Quaest não realizava pesquisas em São Paulo em 2020.