Em seus primeiros programas de TV do horário eleitoral gratuito, que começou nesta sexta-feira (11), o atual prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) mostraram o que deve ser a tônica de suas campanhas no segundo turno. Ao menos, neste início.
Nunes reivindicou sua origem periférica, algo que já fez no primeiro turno. Colocou-se ainda como vítima de "ataques e mentiras" durante a campanha e usou uma fala do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em sua celebração pela passagem para o segundo turno.
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Tarcísio foi a única figura política com direito a voz no primeiro programa do prefeito. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), apoiador do emedebista, não deu as caras. E não é à toa. Segundo a pesquisa da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp), Nunes cai quando é associado a Bolsonaro, indo de 51% na sondagem estimulada para 49%, enquanto o candidato do PSOL cresce na associação com Lula, passando de 36% para 39%.
E Boulos utilizou em seu programa o presidente Lula. Colocou uma fala dele e sua figura também apareceu em outros momentos. A associação com Marta Suplicy, sua vice, foi reforçada, o que se torna ainda mais importante por conta da vitória do emedebista, no primeiro turno, na Zona Sul, onde a ex-prefeita tem grande popularidade.
Atrás dos eleitores de Marçal e Tabata
O candidato do PSOL não contou apenas com a associação a Lula e Marta. Tentou encarnar o que chama de "desejo de mudança" e cortejou eleitores de Pablo Marçal.
“Eu entendo as pessoas que votaram no Marçal, porque eu sei que são pessoas, em sua maioria, que estavam indignadas, revoltadas, com o jeito como a política é feita hoje em São Paulo”, disse, citando em seguida outra candidata que ficou no primeiro turno, a deputada federal Tabata Amaral (PSB). Foi destacada a incorporação no plano de governo do candidato o programa Jovem Empreendedor, de sua ex-adversária.
Falar do empreendedorismo será uma necessidade para a campanha da esquerda neste segundo turno, principalmente por ter sido o mote de Marçal que seduziu uma parte do eleitorado que foi às urnas no domingo.
Para Nunes, seu programa indicou que a aposta continuará sendo na defesa de sua gestão, e também na desqualificação, direta e indireta, do seu oponente, buscando reforçar a importância da sua alegada experiência administrativa. Boulos não só vai ter que mostrar as mazelas da gestão do prefeito, como também evidenciar sua capacidade de comandar São Paulo. O jogo do segundo turno já começou.