'MÓ ONDA'

Maconha: saiba como o THC age no cérebro para "dar a brisa"

Especialista explica o impacto da substância que se destaca por suas propriedades psicoativas

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Acadêmica de Jornalismo pela Universidade Federal do Pampa. Aclamante dos movimentos sociais, pois "o ideal está no futuro, mas não é um objeto de desejo – é uma referência de direção." (Sartre)
Maconha: saiba como o THC age no cérebro para "dar a brisa"
Cigarro de maconha - ilustração. A cannabis possui mais de 483 substâncias químicas; dentre elas, o canabidiol pode combater a epilepsia e o Parkinson. Pixabay

Em meio ao julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a descriminalização do porte para uso pessoal da maconha e da distinção de usuário e traficante, é sempre interessante se informar a respeito de temas correlacionados, como por exemplo os efeitos que a droga causa na mente humana.

Afinal de contas, as drogas são uma incógnita, especialmente a maconha: enquanto para alguns pode ser inofensiva e até uma 'companheira' em momentos de lazer e introspecção, por outro lado, para outros pode despertar problemas de saúde mental. 

O Tetrahidrocanabinol, ou simplesmente “TCH”, é a principal substância presente na maconha, que altera o funcionamento do cérebro através de suas propriedades psicoativas. Por afetar o sistema nervoso central, o comportamento, humor e percepção da realidade do usuário são modificadas. 

“Esse composto desencadeia uma série de efeitos que cativam a mente humana. A chave para compreender esses efeitos reside na interação do THC com os receptores canabinóides presentes no cérebro humano”, explica Paulo Jubilut, mestre em ciência e tecnologia ambiental e professor de biologia no Aprova Total.  

O sentimento de leveza, harmonia e calma, experienciado muitas vezes por quem consome a maconha, acontece devido a maneira que o THC se comporta no corpo humano – ele se infiltra nos receptores canabinóides, algo muito semelhante ao que acontece no sistema endocanabinóide natural, já presente no organismo humano, ação que desencadeia as reações e alterações na atividade cerebral. 

O sistema endocanabinóide é composto por enzimas e receptores, que trabalham como sinalizadores no corpo, seja através das células ou de processos do organismo. Sua principal função é estabilizar o ambiente interno, sem interferência do que esteja acontecendo no ambiente externo. 

“Quando a maconha é consumida, o THC se infiltra no cérebro e se liga aos receptores canabinóides, desencadeando uma cascata de reações que alteram a atividade cerebral. Uma das consequências mais notáveis desse processo é a sensação de ‘ficar na brisa’, na qual o pensamento e a percepção se amplificam, resultando em uma experiência muitas vezes descrita como introspectiva e fascinante”, esclarece Jubilut. 

Por isso, a sensação de prestar atenção “aos pequenos detalhes da vida”, euforia, perda de noção de tempo e da coordenação motora são alguns dos efeitos da maconha no indivíduo. 

No entanto, a cannabis possui mais de 483 substâncias e o THC é apenas uma de suas facetas. O canabidiol, por exemplo, interage com o sistema endocanabinóide através dos receptores CB2 do corpo, que podem combater a epilepsia, o mal de Parkinson, dores, câncer e esclerose múltipla.

 

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