SALIENTE ELE...

Que transão! O bichinho fofo que pode entrar em extinção porque só quer sexo

Ele vem ficando com a vida cada vez mais curta. Entenda o motivo e o que isso tem a ver com o “impulso forte”

Um quoll-setentrional.Créditos: Australian Museum/Reprodução
Escrito en BLOGS el

Um grupo de biólogos pesquisadores da Austrália, num consórcio associado entre a Sunshine Coast University e a The University of Queensland, descobriu que um animal endêmico do país da Oceania pode estar entrando em risco de extinção por conta de um hábito um tanto quanto inusitado: fazer sexo demais.

Pois é. O quoll-setentrional, um marsupial fofo que habita a exótica fauna australiana, que se parece com um ratinho cheio de pintinhas brancas, vem encurtando a duração da sua vida por dormir poucas horas durante a noite, já que o bicho “prefere”, dizem os estudiosos, passar horas e horas percorrendo grandes distâncias para arranjar parceiras, em vez de descansar com um sono reparador.

Como eles não descansam, explicam os biólogos, acabam em grande parte das vezes morrendo no próprio período de acasalamento e os primeiros resultados das pesquisas têm mostrado que a fadiga por não dormir é uma causa para tal fenômeno.

"Eles percorrem grandes distâncias para acasalar sempre que possível e parece que seu impulso é tão forte que eles deixam de dormir para passar mais tempo procurando por fêmeas", explicou o chefe dos pesquisadores da Sunshine Coast University, o professor Christofer Clemente.

Os marsupiais são mamíferos que tem uma bolsa de pele no abdômen, onde colocam os filhos para terminarem de se desenvolver. Os cangurus e os gambás são exemplos típicos desses animais. No caso do quoll-setentrional, que tem a dimensão de um esquilo, o estudo sobre seus hábitos sexuais foi realizado por meio de pequeninas mochilas colocadas em 42 animais que habitam a ilha de Groote Eylandt, no norte da Austrália, que monitoraram os percursos realizados pelos quolls durante várias noites.

Muitos deles não dormiram e percorreram até 10km atrás de fêmeas, o que para uma escala humana seria equivalente a uma caminhada de 40km em poucas horas. Os cientistas descobriram também que os machos sofrem de mais doenças parasitárias por conta de hábitos de higiene menos zelosos que os das fêmeas, já que eles não perdem tempo “se limpando” para aproveitá-lo na busca por novas parceiras.

O coordenador do estudo, Joshua Gaschk, explicou que a morte nessa busca frenética por sexo pode vir por várias causas, o que traz como resultado final uma possível extinção da espécie.

“A privação do sono e os sintomas associados, por um período prolongado, tornariam a recuperação impossível e poderiam explicar as causas de morte registradas nos machos após a época de reprodução. Eles se tornam presas fáceis, são incapazes de evitar colisões com veículos ou simplesmente morrem de exaustão”, explicou o especialista.