Eu sou uma jornalista da velha guarda e minha praia é a escrita. Não tenho a menor intimidade com o audiovisual. Isso não me impediu de aceitar o convite de uma colega chinesa para gravar vídeos sobre a minha experiência de brasileira na China.
A jornalista da CGTN em Espanhol Xu Xin, Carlota para os ocidentais, morou no Brasil, conhece bem outros países da América Latina, é fluente em espanhol e compreende bem o português. Ela me convidou para participar de uma minissérie para ser exibida nas redes sociais do veículo de imprensa chinês. As gravações de dois dos três vídeos foram feitas nesta terça-feira (13).
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Ela me buscou no local onde moro e fomos para o hutong Nanluoguxiang. Chegamos no início da tarde, caminhamos pelo local e acertamos qual seria a abordagem, o estilo e o conteúdo dos vídeos. A proposta foi produzir peças informais, curtas e informativas.
Com a chegada do câmera man, Zhou Yifei, iniciamos as gravações. O improviso ensaiado acabou funcionando. Para gravar um vídeo de dois minutos são exigidas horas de gravação. Bem diferente do que estou habituada no dia a dia da minha profissão, quando não dependo de outras pessoas e nem de fatores como luz, enquadramento, imagem, som de fundo, ritmo, postura…
Cumprida a primeira etapa na qual abordei o tipo de local milenar que é o hutong e a política de preservação do patrimônio cultural e histórico dessa civilização multimilenar, seguimos para o complexo olímpico de Beijing. Lá estão ícones dos equipamentos esportivos construídos para os Jogos Olímpicos de 2008 e que também abrigaram os Jogos Olímpicos de Inverno neste ano.
A arquitetura admirável do Ninho do Pássaro, o Estádio Nacional de Beijing, as dimensões colossais do Cubo de Água, o Parque Aquático, foram as locações. Para além do local em si, o tema transversal foi segurança pública. Se tem algo que surpreende uma brasileira em Beijing é a sensação de segurança. Sou mulher e caminho à noite sozinha por aqui sem um pingo de medo.
A terceira pauta será sobre moda. Ainda no hutong, enquanto eu descansava o quadril depois da andança, Xu e Zhou entrevistaram jovens que transitavam no local sobre a relação deles com as roupas que vestem.
O pano de fundo será o cada vez mais presente orgulho da herança milenar, em especial entre os chineses mais jovens. Esse fenômeno pode ser constatado com o crescimento da cultura hanfu (uso de trajes tradicionais do povo han, a maioria étnica da China).
Também planejo falar sobre marcas chinesas contemporâneas e que crescem a cada dia graças ao uso da tecnologia. Como, por exemplo, a Anta, marca de roupas e artigos esportivos que foi a fornecedora oficial dos Jogos Olímpicos de Inverno de Beijing.
Meus planos são comprar produtos para fazer uma atividade especial no próximo final de semana: passar a noite na Grande Muralha da China. Até chegar ao local em que eu e o grupo de colegas vamos acampar, será uma caminhada leve, porém longa, de cerca de duas horas.
Para encarar esse desafio - devidamente apoiados por um guia profissional - eu preciso estar devidamente equipada com roupas e calçados adequados. Uma ótima justificativa para comprar um #OutfitComuna e esportivo aqui na terra de Mao.
Até amanhã!