CAFEZINHO

Datafolha é o massacre da serra elétrica para a tchutchuca do centrão

É o massacre da serra elétrica. Lula consolidou sua liderança, com percentual suficiente para vencer no primeiro turno. Mas não só isso. O petista está forte em setores onde, em outras eleições, ele não era tão forte, como no estado de São Paulo e entre os mais instruídos.

Lula em Belo Horizonte, 18 de agosto de 2022.Créditos: Ricardo Stuckert
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A tchutchuca do centrão está levando uma surra de couro.

Segundo o Datafolha divulgado hoje, Lula se mantém na liderança isolada, com 47% dos votos totais, 15 pontos à frente de Bolsonaro, que subiu para 32%.

O crescimento de 3 pontos de Bolsonaro era esperado, porque ele está chupando as últimas gotas de sangue dos setores antipetistas da terceira via. Até mesmo eleitores do Ciro mais à direita começaram a migrar para Bolsonaro. O pedetista perdeu 1 pontinho, e estacionou em 7%.

Na próxima volta do parafuso, porém, o sangue de Ciro deverá se transferir para Lula, visto que a maioria de seu eleitorado ainda é progressista.

Lula também mantém uma confortável distância na espontânea, onde cresceu 2 pontos e chegou a 40%. Bolsonaro também cresceu 2, para 28% de Bolsonaro. Ciro Gomes oscilou 1 ponto para baixo e agora tem 2%.

Num eventual segundo turno, também houve consolidação e Bolsonaro reduziu a diferença, mas ainda continua muito atrás. Lula tem 54% contra 37% para a tchutchuca do centrão, 17 pontos de vantagem.

A oscilação de Lula está dentro da margem de erro.

O Datafolha divulgou ainda pesquisas nos três principais colégios eleitorais do país, São Paulo, Minas e Rio.

Lula vence nos três.

Vence em São Paulo, com uma vantagem considerável, de 13 pontos: 44% X 31%.

Vence em Minas, com impressionante vantagem de 20 pontos, 49% X 29%.

Vence no Rio de Janeiro, por 41% X 35%, seis pontos de diferença.

Há mais boas notícias para Lula.

Com exceção de Minas Gerais, onde Kalil ainda enfrenta dificuldades para avançar,  os candidatos apoiados por Lula em São Paulo e Rio de Janeiro registraram ótimas pontuações no Datafolha de hoje.

A campanha de Fernando Haddad vem se desenvolvendo com força impressionante. O petista já tem 38% dos votos totais, o que é bem mais do que os votos somados de Tarcísio (16%) e Garcia (11%). A essa altura, já era para Tarcísio ter crescido mais.

No Rio de Janeiro, Marcelo Freixo aparece empatado tecnicamente com Claudio Castro, em 23% X 26%, neutralizando o efeito negativo dos números divulgados hoje pela Quaest, que davam 25% para Castro e apenas 19% para Freixo. Num eventual segundo turno, ambos seguem empatados, com Castro pontuando 39% e Freixo 38%.

Em Minas Gerais, todavia, Zema ainda lidera isoladamente, com 47%, o que poderia lhe valer uma vitória em primeiro turno; Kalil, o candidato de Lula ainda segue atrás, com 23%.

Entre os evangélicos, Bolsonaro lidera com 49%, mas Lula mantém um percentual expressivo, de 32% dos votos totais, confirmando uma tese nossa de que vem se consolidando um núcleo evangélico lulista, que será estratégico para combater e neutralizar fake news vinda do bolsonarismo religioso.

O Datafolha também apurou o voto entre católicos; neste segmento, Lula mantém sua hegemonia, com 52% dos votos totais, contra 27% de Bolsonaro.

Esses percentuais significam que Lula é mais forte entre católicos do que Bolsonaro é entre evangélicos.

A pesquisa ainda traz os números por região, e o Datafolha revela que, surpreendentemente, Lula ganha no Sul, com 43% das intenções de voto, 4 pontos à frente de Bolsonaro.

No Sudeste, região que tem 66,7 milhões de eleitores, e responde por mais de 43% do eleitorado nacional, Lula aparece em primeiro lugar com força, atingindo 44%, contra 32% de Bolsonaro.

No Nordeste, que tem 42,39 milhões de eleitores, ou 27% do eleitorado, Lula tem 57% dos votos totais, contra 24% de Bolsonaro e 8% de Ciro.

Quando se olha para a renda, o Datafolha confirma uma tendência vista em outras pesquisas, de um verdadeiro levante popular contra Bolsonaro: o petista tem 55% dos votos totais entre famílias mais pobres, com renda até 2 salários, contra 23% de Bolsonaro e 7% para Ciro Gomes.

Segundo o Datafolha, esse extrato corresponde a 53% de todo o eleitorado.

No segundo grupo de renda, que ganha entre 2 a 5 salários, Bolsonaro tem um desempenho bem melhor, 41%, mas Lula segue encostado nesse segmento, com 38%. Esse extrato responde por 33% do eleitorado.

Já os eleitores com renda entre 5 e 10 salários, que respondem por apenas 7% do total de brasileiros registrados no TSE, se inclinam mais para Bolsonaro, pois 47% preferem Bolsonaro, 34% Lula, 7% Ciro e 4% Tebet.

O grupo mais rico, com renda familiar acima de 10 salários, representa 3% do eleitorado; nesse extrato, Bolsonaro e Lula seguem empatados, em 43% X 40%; Ciro e Tebet correm por fora, com 6% e 4%, respectivamente.

Conclusão

É o massacre da serra elétrica.

Lula consolidou sua liderança, com percentual suficiente para vencer no primeiro turno. Mas não só isso. O petista está forte em setores onde, em outras eleições, ele não era tão forte, como no estado de São Paulo e entre os mais instruídos.

No segundo turno, Lula ganha nas duas maiores regiões do país. No Nordeste, vence por 65% X 25%, e no Sudeste por 52% X 37%. Há empate no Sul, com Lula atingindo 47% e Bolsonaro, 45%. No Norte, Lula tem 46% contra 48% Bolsonaro. No Centro-Oeste, Lula pontua 47% e Bolsonaro 48%.

Outro ponto importante na pesquisa é a força dos palanques de Lula nos três principais colégios eleitorais do Sudeste.