Lula, a demissão de Nísia e um aceno a Neymar

E lá vou eu, candidato derrotado a vereador, querer dar lição de política a Lula. Normal, também nunca chutei uma bola e escrevo sobre futebol.

O caso é a demissão de Nísia Trindade do Ministério da Saúde. Uma cientista de alto nível. Pessoa séria e que não merecia ser fritada como foi. E sair sem um afago sequer do presidente.

Mas a questão é maior. Nísia nem deveria ter sido ministra. Por mais bem preparada que seja, não sabe fazer política, não soube criar uma marca para um ministério tão importante.

Mas não basta ser séria, honesta e competente, precisa saber fazer política? Sim. Mais do que tudo. Mais do que sempre.

Terminada a apuração, estava claro que o presidente Lula teria de conviver com um Congresso nada progressista. Está lá o Centrão, preocupado com suas emendas e pronto a colocar tantos pés e mãos em quantas canoas aparecerem. E está lá a extrema-direita, cheia de asquerosas zambellis e desprezíveis chupetas.

A margem de manobra é pequena, não há muito espaço para ministros técnicos, representantes da sociedade civil ou indicados por quem não tem voto, como Janja.

Ana Moser foi um exemplo. Não se articulou com ninguém, não conseguiu se fortalecer. Ótima pessoa, mas para que desprezar toda a expertise que o PCdoB tem na área? Se tivesse colocado um político desde o início, talvez não precisasse ser o André Fufuca.

Mais um caso: Sônia Guajajara no Ministério dos Povos Originários. Uma indicação cheio de lindos significados, mas eu duvido que ela tenha eficiência para colocar de pé o hospital que os povos originários tanto precisam. No caso, é preciso alguém que cumpra tarefas. Ricardo Capelli, por exemplo, faria acontecer. Sonia, literalmente, viaja muito e as coisas não andam.

Por fim, uma dica ao Sidônio: faz um vídeo do Lula desejando boas vindas ao Neymar, cumprimentando pelo gol olímpico etc. Coloca o Corinthians no meio.

Sim, eu sei que. Neymar é de direita, as seria um gesto republicano. Deixaria o amigo do chupetinha na defensiva.